sexta-feira, 2 de maio de 2014

Em ato de solidariedade ao caso Bernardo, Ajuris reafirma total apoio e confiança no trabalho do juiz Fernando Vieira dos Santos

Ato foi prestigiado por uma série de magistrados e de representantes de outras entidades

   Manifestação do juiz Fernando Vieira dos Santos

O salão do Júri do fórum da comarca de Três Passos esteve lotado na tarde desta sexta-feira (02/05), para acompanhar o ato em solidariedade ao juiz Fernando Vieira dos Santos e aos familiares do menino Bernardo Uglione Boldrini.

A iniciativa foi proposta pela Ajuris – Associação de Juízes do Rio Grande do Sul, como uma forma de responder às afirmações feitas pelo deputado estadual Marlon Santos (PDT), ouvidor-geral da Assembleia Legislativa, colocando sob suspeição o trabalho do magistrado no caso Bernardo Uglione Boldrini. O juiz Fernando Vieira responde pela Vara da Infância e da Juventude na comarca de Três Passos.

Cerca de 30 juízes de diversas comarcas da região Noroeste estiveram presentes, assim como o presidente da Ajuris, Eugênio Couto Terra e o vice-presidente da associação, Gilberto Schäffer. Representantes do Ministério Público, da OAB, da Polícia Civil, dos Municípios que compõe a comarca (Bom Progresso, Esperança do Sul, Tiradentes do Sul e Três Passos) e da rede de proteção à infância e juventude, como Conselho Tutelar e Cededica, prestigiaram o ato.

Manifestações de solidariedade destacaram competência, responsabilidade e comprometimento do juiz em sua carreira

A promotora de Justiça de Três Passos, Dinamárcia Maciel de Oliveira, destacou que o juiz Fernando era o magistrado mais comprometido para as causas da infância e da juventude com que já trabalhou em sua carreira.

O juiz Marcos Luís Agostini, que responde pela 1ª Vara Judicial da comarca de Três Passos, reforçou a satisfação que tem em trabalhar ao lado do juiz Fernando. Para o magistrado, os 10 anos em que Fernando está atuando no município servem de comprovação da admiração e respeito que ele possui da comunidade e dos servidores do fórum.

Na manifestação da juíza Catia Paula Saft, da comarca de Horizontina, que deu posse a Fernando na comarca de Três Passos; e também nas falas da delegada regional da Polícia Civil, Cristiane de Moura e Silva Braucks, e do comandante do 7º BPM, major Diego Munari, o juiz Fernando foi descrito como um profissional altamente comprometido com a causa social e de atuação responsável e competente.

O vice-presidente da Ajuris, Gilberto Schäffer, referiu que a postura do juiz Fernando ao longo de sua carreira, é um exemplo de comprometimento e retidão para a magistratura estadual.

O presidente do Lar Acolhedor de Três Passos, Jorge Miguel Gonçalves Barcellos, que coordena a casa de passagem que atende crianças em situação de risco familiar, disse que acompanha o dia-a-dia do trabalho do juiz Fernando e sabe de sua dignidade e trabalho responsável no que diz respeito às crianças que integram o Lar Acolhedor.

Quem também se manifestou foi o professor da Unijuí e advogado, Joaquim Henrique Gatto. Ele foi colega de Fernando na graduação universitária e deu seu testemunho da competência e humildade que o juiz sempre demonstrou.

Juiz Fernando reafirma que agiu dentro da lei e buscando o restabelecimento do vínculo familiar

Bastante emocionado, o juiz Fernando Vieira dos Santos finalizou o ato, agradecendo as palavras de todas as pessoas que o antecederam e a presença de todos, principalmente de sua esposa, de seus pais e de seu casal de sogros.

“A dor maior neste momento é a morte do menino Bernardo. Não estamos aqui para nos fazer de falsas vítimas, mas apenas para restabelecer a verdade, para desmantelar toda e qualquer mentira”, destacou.

O magistrado reafirmou aquilo que já havia manifestado em entrevistas à Rádio Alto Uruguai, de que agiu de acordo com a lei, com a sua consciência e com seus sentimentos neste caso, buscando restabelecer o vínculo afetivo e familiar do menino Bernardo com sua família.

“Sinto a mesma dor que todos da comunidade estão sentindo com esta morte. E também sinto dor por estar sendo atacado tão maliciosa e mentirosamente”, referiu.

O juiz também disse que tentou entender o problema e dar a melhor solução à questão. “Eu expliquei o que eu fiz. Eu não ataquei ninguém. Apenas expliquei o que fiz e como agi”.

O juiz fez questão de prestar seu reconhecimento ao trabalho da delegada de polícia Caroline Bamberg Machado e de sua equipe, que estavam presentes ao ato, assim como da promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira.

“Vamos deixar que a justiça aconteça”, finalizou sua fala o juiz Fernando.

Entenda a situação

O deputado estadual Marlon Santos (PDT), ouvidor-geral da Assembleia Legislativa, esteve em Três Passos segunda e terça-feira desta semana, para colher depoimentos de pessoas da comunidade e de representantes de entidades da rede protetiva da criança e do adolescente.

Ao final dos trabalhos, em manifestação para a imprensa, chegou a afirmar que o juiz Fernando Vieira dos Santos, que é responsável pela 2ª Vara Judicial da comarca e pela Vara da Infância e da Juventude, e sua esposa, que é servidora da Justiça Estadual e trabalha no foro de Três Passos, estariam sob suspeição e impedidos de atuar no caso da morte do menino Bernardo, por uma suposta ligação parental ou de amizade sua ou de sua esposa, com a família Boldrini.

As declarações foram fortemente rechaçadas pelo magistrado, ainda na terça-feira, com a comprovação de que não existia qualquer tipo de ligação familiar de sua esposa com uma cunhada do médico Leandro Boldrini, pai de Bernardo Uglione Boldrini e que está preso, sendo um dos suspeitos de envolvimento no assassinato do menino. O juiz chegou a entregar uma nota à imprensa para comprovar suas declarações.

   Manifestação da juíza Cátia Paula Saft

   Delegada regional da Polícia Civil, Cristiane de Moura e Silva Braucks

   Major Diego Munari, comandante do 7º BPM

   Gilberto Schäffer, vice-presidente da Ajuris

   Jorge Miguel Barcellos, presidente do Lar Acolhedor

   Professor da Unijuí e advogado Joaquim Henrique Gatto

   Manifestação do presidente da Ajuris, Eugênio Couto Terra

   Juiz Marcos Luís Agostini, que reponde pela Vara Criminal na comarca de Três Passos


Fonte/Fotos: Rádio Alto Uruguai

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