Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS
Liderados pelo
professor de Economia da Pobreza na Ufrgs Flávio Comim, um grupo de
professores, pesquisadores e alunos dos departamentos de Economia e de
Psicologia começará em dez dias uma pesquisa para saber os impactos da pobreza
na Capital. Flávio já havia participado de um levantamento similar, com 15 mil
entrevistas, em 2007. Desta vez, a ideia é atingir as regiões visitadas pelo
Diário, na série publicada entre quarta e sexta-feira.
- A partir do trabalho, será possível destacar quais são as reais necessidades destes moradores para que possam ser transformadas em ações concretas pelos órgãos responsáveis - explica Flávio.
Serão três dimensões: segurança alimentar, impactos psicológicos e projeções para o futuro dos filhos. Cerca de 20 alunos irão a campo buscar, ao menos, 500 moradores.
- A partir do trabalho, será possível destacar quais são as reais necessidades destes moradores para que possam ser transformadas em ações concretas pelos órgãos responsáveis - explica Flávio.
Serão três dimensões: segurança alimentar, impactos psicológicos e projeções para o futuro dos filhos. Cerca de 20 alunos irão a campo buscar, ao menos, 500 moradores.
- Estamos preocupados
também com o impacto da falta de dinheiro na vida destas pessoas - destaca o
psicólogo James Ferreira Junior, integrante do Grupo de Pesquisa em Psicologia
Comunitária da Ufrgs.
Um alvo deverá ser Vanessa da Cruz Barbosa, 30 anos, que vive com dois filhos numa casa de papelão, sem janelas e banheiro, na Vila Chácara dos Pinheiros, na Restinga. Desempregada desde dezembro, quando descobriu que tem doença degenerativa que afeta os neurônios, ela e os dois filhos vivem com R$ 210 do Bolsa Família. A partir da publicação da história dela, dezenas de pessoas ligaram para o DG para ajudá-la.
Um alvo deverá ser Vanessa da Cruz Barbosa, 30 anos, que vive com dois filhos numa casa de papelão, sem janelas e banheiro, na Vila Chácara dos Pinheiros, na Restinga. Desempregada desde dezembro, quando descobriu que tem doença degenerativa que afeta os neurônios, ela e os dois filhos vivem com R$ 210 do Bolsa Família. A partir da publicação da história dela, dezenas de pessoas ligaram para o DG para ajudá-la.
- Se eu conseguir o
benefício do Inss, já poderei me mudar de lugar - afirma Vanessa, que luta para
provar que sofre da doença. A Defensoria Pública deve ajudar nesta questão.
No rastro da reportagem
A partir da
publicação das reportagens, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome (MDS) reforçou a busca às famílias. O mesmo ocorreu com a Fundação de
Assistência Social e Cidadania (Fasc), que estuda a criação de uma unidade
móvel.
- Contatamos, imediatamente, os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) das regiões para que estas famílias sejam atendidas. Agradecemos ao Diário por terem as localizado - afirmou o presidente da Fasc, Kevin Krieger.
Já o secretário chefe da Casa Civil do Estado, Carlos Pestana, convidou a reportagem para uma visita ao Piratini. Na ocasião, afirmou que a Caravana da Inclusão do RS Mais Igual deverá chegar à Capital em junho, mas a parceria com a prefeitura ainda precisa ser firmada. O principal objetivo é localizar famílias que estão fora do Cadastro Único - que leva ao Bolsa Família.
- A partir do belo trabalho feito pelo Diário Gaúcho, poderemos encontrar outras famílias na mesma situação. Localizar quem está invisível aos programas sociais é um processo complexo. Até a vergonha acaba impedindo estas pessoas de buscarem os seus direitos - disse.
A presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Fernanda Melchionna, se dispôs a contatar as famílias que não têm todos os documentos de identificação, como CPF e carteira de identidade.
- Contatamos, imediatamente, os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) das regiões para que estas famílias sejam atendidas. Agradecemos ao Diário por terem as localizado - afirmou o presidente da Fasc, Kevin Krieger.
Já o secretário chefe da Casa Civil do Estado, Carlos Pestana, convidou a reportagem para uma visita ao Piratini. Na ocasião, afirmou que a Caravana da Inclusão do RS Mais Igual deverá chegar à Capital em junho, mas a parceria com a prefeitura ainda precisa ser firmada. O principal objetivo é localizar famílias que estão fora do Cadastro Único - que leva ao Bolsa Família.
- A partir do belo trabalho feito pelo Diário Gaúcho, poderemos encontrar outras famílias na mesma situação. Localizar quem está invisível aos programas sociais é um processo complexo. Até a vergonha acaba impedindo estas pessoas de buscarem os seus direitos - disse.
A presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Fernanda Melchionna, se dispôs a contatar as famílias que não têm todos os documentos de identificação, como CPF e carteira de identidade.
Dos leitores
"Esta imagem da
mãe amamentando e abraçando o outro filho me arrancou lágrimas e me fez
agradecer pela vida que tenho, que já não é das mais fáceis. O que mais me
choca é a falta de sensibilidade de grandes empresários e das autoridades para resolver
questões sociais."
Alessandra Ausani Huff
Alessandra Ausani Huff
"Parabéns pela
abordagem profissional e humana. Faz com que paremos para pensar sobre nossa
vida, o que temos e que não damos valor."
Anderson Guerreiro
Anderson Guerreiro
"A reportagem
mostra o quanto ainda precisamos para que o nosso país esteja verdadeiramente
no caminho do desenvolvimento."
Humberto Escobar
Humberto Escobar
"A reportagem
mostra que o governo não tem política fundiária que retenha o homem no campo.
As famílias vêm para as grandes cidades em busca de um sonho que se torna um
pesadelo."
Alceu Medeiros
Alceu Medeiros
Fonte: Aline Custódio |
DIÁRIO GAÚCHO
Desde que vi a reportagem não paro de pensar no Seu Adão, pai de família da Restinga que nunca viu uma nota de 100 e que ganhava 60 reais para cuidar de um cavalo. Também daqueles que não tinham banheiro. Da mãe que dorme com os quatro filhos pequenos em uma cama de solteiro e por aí vai. Gostei de saber que eles vão receber ajuda.
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