Terreno foi escavado e os corpos apareceram a cerca de um metro de profundidadeFoto: Alvaro Pegoraro / Especial
Uma suspeita propagada há anos nos
arredores de Venâncio Aires pode ter se confirmado nesta
quarta-feira. Agentes que trabalham na Colônia Penal Agrícola de Venâncio
Aires (Cpava) do Vale do Rio Pardo encontraram corpos enterrados em um
mato no terreno do presídio.
Segundo o delegado Paulo César Schirrmann, o número de cadáveres ainda é incerto, já que é preciso aguardar o Instituto-geral de Perícias (IGP) para analisar o local.
— Eles estão enrolados em cobertores, mas dá para ver que são humanos porque estão vestidos com roupas. Aparentemente, parecem ser duas pessoas, mas precisamos escavar mais para confirmar — afirma Schirrmann.
Já haviam sido feitas pelo menos duas operações de buscas por corpos na colônia, após denúncias de familiares de presos desaparecidos, e jamais havia sido encontrado alguma prova.
Dessa vez, a descoberta foi feita por um funcionário da obra de construção do novo presídio, de regime fechado, que havia ido até o mato e encontrou terra remexida. Uma máquina fez uma escavação rasa e os corpos apareceram a pouco mais de 10 metros da obra. Em seguida, os agentes confirmaram o caso e acionaram a polícia e o IGP.
Conforme o delegado, não se sabe se os cadáveres, encontrados a cerca de um metro de profundidade, são de detentos nem o sexo deles. Um dos corpos teria cabelo comprido, o que despertou a suspeita de ser uma mulher. A Colônia não abriga mulheres, mas sabe-se que detentos costumam receber visita de prostitutas.
O registro de desova de corpos no terreno de 99 hectares da colônia penal é mais um indicador do descontrole existente no local. Em reportagem publicada nesta quarta-feira, Zero Hora revelou que há 20 dias foi descoberto armazenamento de dinamite em um galpão.
Além disso, há registro de pelo menos 11 mortes no local, além de outros três desaparecidos. A Justiça proibiu o ingresso total de presos por falta de segurança, mas a colônia ainda mantém 120 apenados, ligados a duas facções — Os Bala na Cara e Abertos Sem Lei.
Presos desaparecidos na Colônia Penal
— Saul Francisco da Silva — Visto pela última vez em 4 de janeiro de 2011.
— Gilson da Silva Gurskas — Desapareceu em 31 de janeiro, mesmo dia que chegou à Colônia.
— Carlos Ronaldo Terres Lucas — Desapareceu também em 31 de janeiro, após ingressar na Colônia.
Segundo o delegado Paulo César Schirrmann, o número de cadáveres ainda é incerto, já que é preciso aguardar o Instituto-geral de Perícias (IGP) para analisar o local.
— Eles estão enrolados em cobertores, mas dá para ver que são humanos porque estão vestidos com roupas. Aparentemente, parecem ser duas pessoas, mas precisamos escavar mais para confirmar — afirma Schirrmann.
Já haviam sido feitas pelo menos duas operações de buscas por corpos na colônia, após denúncias de familiares de presos desaparecidos, e jamais havia sido encontrado alguma prova.
Dessa vez, a descoberta foi feita por um funcionário da obra de construção do novo presídio, de regime fechado, que havia ido até o mato e encontrou terra remexida. Uma máquina fez uma escavação rasa e os corpos apareceram a pouco mais de 10 metros da obra. Em seguida, os agentes confirmaram o caso e acionaram a polícia e o IGP.
Conforme o delegado, não se sabe se os cadáveres, encontrados a cerca de um metro de profundidade, são de detentos nem o sexo deles. Um dos corpos teria cabelo comprido, o que despertou a suspeita de ser uma mulher. A Colônia não abriga mulheres, mas sabe-se que detentos costumam receber visita de prostitutas.
O registro de desova de corpos no terreno de 99 hectares da colônia penal é mais um indicador do descontrole existente no local. Em reportagem publicada nesta quarta-feira, Zero Hora revelou que há 20 dias foi descoberto armazenamento de dinamite em um galpão.
Além disso, há registro de pelo menos 11 mortes no local, além de outros três desaparecidos. A Justiça proibiu o ingresso total de presos por falta de segurança, mas a colônia ainda mantém 120 apenados, ligados a duas facções — Os Bala na Cara e Abertos Sem Lei.
Presos desaparecidos na Colônia Penal
— Saul Francisco da Silva — Visto pela última vez em 4 de janeiro de 2011.
— Gilson da Silva Gurskas — Desapareceu em 31 de janeiro, mesmo dia que chegou à Colônia.
— Carlos Ronaldo Terres Lucas — Desapareceu também em 31 de janeiro, após ingressar na Colônia.
CRONOLOGIA
DO DESCONTROLE
— Fevereiro de 2010: A Colônia Penal Agrícola está entre as casas recordistas em fugas (uma por dia, em média) e amedronta a vizinhança com roubos e furtos. Para tentar controlar a situação, a Susepe manda um grupo especial de agentes para guarnecer o local e estancar o descontrole.
— Março de 2010: O governo do Estado promete desativá-la com a inauguração de albergues emergenciais. Passados três anos, a maioria das unidades está demolida por causa de incêndios, depredações e vendavais.
— Junho de 2012: A pedido do Ministério Público, a Justiça interditou o prédio mais antigo da colônia por falta de segurança, fugas e mortes. Em precárias condições, uma das celas estava serrada e amarrada com pano.
— 22 de março de 2013: Pelo mesmo motivo, atendendo a pedido do MP, a Justiça interditou o segundo prédio da colônia _ proibindo por completo o ingresso total de novos presos. A colônia tem capacidade para 280 apenados, mas, atualmente, tem 120, por força das interdições.
— Fevereiro de 2010: A Colônia Penal Agrícola está entre as casas recordistas em fugas (uma por dia, em média) e amedronta a vizinhança com roubos e furtos. Para tentar controlar a situação, a Susepe manda um grupo especial de agentes para guarnecer o local e estancar o descontrole.
— Março de 2010: O governo do Estado promete desativá-la com a inauguração de albergues emergenciais. Passados três anos, a maioria das unidades está demolida por causa de incêndios, depredações e vendavais.
— Junho de 2012: A pedido do Ministério Público, a Justiça interditou o prédio mais antigo da colônia por falta de segurança, fugas e mortes. Em precárias condições, uma das celas estava serrada e amarrada com pano.
— 22 de março de 2013: Pelo mesmo motivo, atendendo a pedido do MP, a Justiça interditou o segundo prédio da colônia _ proibindo por completo o ingresso total de novos presos. A colônia tem capacidade para 280 apenados, mas, atualmente, tem 120, por força das interdições.
Fonte: Vanessa Kannenberg | ZERO HORA
24/04/2013 | 18h00
24/04/2013 | 18h00
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