sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Operação F5: MP denuncia prefeita eleita de Ivoti, vereadora eleita de Taquara e correligionária por fraude na fila do SUS


   Operação cumpriu mandado de busca na casa da prefeita eleita

A Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre denunciou Maria de Lourdes Bauermann, prefeita eleita de Ivoti, além da correligionária Irani Weber, moradora de Ivoti, e Magali Vitorina da Silva, vereadora eleita de Taquara, pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações. A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Flávio Duarte, foi apresentada à Justiça da comarca de Taquara nesta terça-feira, 29. 

As três mulheres foram investigadas pela Operação F5, deflagrada em 27 de outubro, quando foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em residências de Ivoti e outro em um posto de saúde de Taquara. Conforme a denúncia, elas inseriram informações falsas no sistema de marcação de consultas no Sistema Único de Saúde (SUS) em Taquara de pacientes residentes em Ivoti, com o objetivo de agilizar o atendimento deles em unidades hospitalares da Capital. Os trabalhos foram realizados em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). 

Entre abril de 2013 e novembro de 2015, com a intenção de obter capital político visando a futuras pretensões eleitorais, Maria de Lourdes Bauermann e Irani Weber angariavam moradores cadastrados no SUS, em Ivoti, com problemas médicos e prometiam a elas o agendamento de consultas, exames e procedimentos de saúde de forma mais rápida e eficaz. Maria de Lourdes e Irani, de forma continuada e sucessiva, por intermédio de contatos pessoais, conversas telefônicas ou mensagens via WhatsApp e Facebook, repassavam os dados dos pacientes para a comparsa Magali Vitorina da Silva. 

Por sua vez, Magali, na condição de servidora pública da Secretaria Municipal de Saúde de Taquara com atribuição para operar o sistema informatizado de regulação estadual, o Aghos, inseria no sistema os dados dos pacientes como se fossem residentes de Taquara, atribuindo a todos endereços falsos e inexistentes. Assim, eram viabilizadas as consultas, exames e procedimentos pelo SUS, agendados de forma mais célere do que conseguiriam em Ivoti. 

As investigações mapearam 14 casos, como cirurgias plásticas nas pálpebras e no nariz, consultas oftalmológicas agendadas para duas semanas depois da marcação (a espera, em regra, é superior a um ano), além de uma consulta com oncologista marcada para 15 dias depois da inserção no sistema. 

As provas serão compartilhadas com as Promotorias Eleitorais de Ivoti e Taquara.


Fonte: Agência de Notícias | Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul

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