Doença teve apenas três registros no Brasil desde
que foi identificada
O Ministério da Agricultura confirmou, no fim da
tarde desta sexta-feira, um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, também
conhecida como mal da vaca louca, no Mato Grosso. A pasta informou que a
ocorrência é isolada e não traz risco para a população. Segundo a Secretaria de
Defesa Agropecuária do ministério, o caso foi registrado numa vaca de corte de
17 anos. O animal foi abatido e teve o material de risco de contaminação
retirado e incinerado no próprio matadouro. Os produtos derivados da vaca foram
identificados e apreendidos preventivamente.
Com as medidas preventivas tomadas, a pasta
descarta o risco de a doença passar para a população porque não houve ingresso
de nenhum resíduo do animal na cadeia alimentar de humanos e de ruminantes. O
Ministério da Agricultura reiterou que a doença, na variedade atípica, ocorre
de maneira aleatória, espontânea e esporádica, sem estar relacionada à ingestão
pelo animal de alimentos contaminados.
Após a confirmação do caso, o Brasil notificou
oficialmente a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e os países
importadores. No entanto, todas as ações sanitárias para eliminar o risco foram
tomadas preventivamente pelo Ministério da Agricultura e pelo Instituto de
Defesa Agropecuária de Mato Grosso, antes mesmo da emissão do laudo final da
morte do animal. A propriedade de origem tinha sido interditada imediatamente
após a detecção da suspeita.
O Ministério da Agricultura ressaltou que o caso
isolado não mudará a classificação de risco do Brasil para a doença. O país
continuará a ser considerado de risco insignificante. Em mais de 20 anos desde
que o mal da vaca louca foi descoberto, o Brasil registrou somente três casos
de EEB atípica, contraída de forma isolada, e nenhum caso de EEB clássica,
quando a doença é contraída pela ingestão de carne do animal contaminado.
Sobre a doença
Doença cerebral em bovinos adultos que pode ser
transmitida aos seres humanos pela ingestão de carne contaminada, o mal da vaca
louca é causada por proteínas alteradas e não tem cura nem tratamento. O
cérebro das vítimas perde massa e torna-se uma esponja, com o paciente sofrendo
acelerada deterioração mental e entrando em coma em poucos meses. Não existe
transmissão de uma pessoa para outra.
No fim dos anos 1990, alguns países da Europa
enfrentaram um surto de casos de vaca louca por causa do consumo, por outros
animais, de ração processada de bovinos afetados pela doença.
Por Agência Brasil
Correio do Povo
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