Mourão atribuiu queda da popularidade de
Bolsonaro às mudanças promovidas pelo governo e a dificuldades econômicas
Bastante
aplaudido ao ser anunciado no plenário do TRF-4, o presidente em exercício
Hamilton Mourão quebrou o protocolo e falou com a imprensa após a solenidade de
posse de Victor Luiz Laus na
presidência do tribunal. Contrariando a orientação da
assessoria de imprensa da Presidência, que informou aos jornalistas que haveria
apenas uma declaração, Mourão chegou ao local e afirmou que responderia apenas
algumas perguntas. Questionado se a prisão de coordenadores de campanha e
ex-auxiliares do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que são suspeitos
de participação ativa em esquema de candidaturas laranjas patrocinado pelo PSL
de Minas Gerais, poderia enfraquecer o ministro, Mourão foi taxativo: “Já foi
dito pelo presidente Bolsonaro, ele aguarda o desenlace das investigações. E
óbvio, se houver alguma culpabilidade dele nesse processo, o presidente não vai
ter nenhuma dúvida em substituí-lo”.
Mourão minimizou a repercussão da divulgação do
relatório da ONU, que lista Bolsonaro entre os fracassos de liderança. “A ONU
está se perdendo ao longo do tempo. Surgiu para manter a paz no mundo e temos
um conselho de segurança ainda anacrônico, onde cinco países têm poder
permanente e veto para tudo. E se perde às vezes em determinadas discussões. O
presidente Bolsonaro é um líder reconhecido dentro do nosso país”, observou.
Ele atribuiu a reprovação do governo Bolsonaro,
que atingiu 32%, conforme pesquisa Ibope divulgada pouco antes, às mudanças
promovidas pelo governo e a dificuldades econômicas. Mas ressalta que a
pesquisa tem uma certa credibilidade: “Óbvio que essa queda na popularidade, na
avaliação do governo é normal”, ponderou.
No que diz respeito ao sargento da Força Aérea
Brasileira (FAB), que foi detido em Sevilha, na Espanha, ao chegar ao país com
39 quilos de cocaína em sua bagagem pessoal, Mourão reitera que é um episódio
lamentável e reconheceu que é um crime grave. “Fica muito claro que aquela
tripulação não tem nada a ver com a tripulação do presidente da República. Tem
que ser investigado”, afirmou. “Como em toda a investigação, vai levar um
tempo. É um crime grave, o código penal militar é bem claro a esse respeito,
não resta muita dúvida do que vai acontecer.”
Também presente no evento, o ministro da Justiça
e da Segurança Pública, Sérgio Moro, não concedeu entrevista.
Por Felipe Samuel
Correio
do Povo
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