sexta-feira, 23 de maio de 2014

Colégio de Presidentes: morosidade do Judiciário afronta o exercício da advocacia


   Foto: Camila Cabrera - OAB/RS

O Colégio de Presidentes da OAB/RS seguiu os debates com um dos temas mais latentes para o exercício da advocacia: a morosidade do Judiciário. A pauta foi abordada, nesta sexta-feira (23), em Bento Gonçalves. O coordenador e o membro do Grupo de Trabalho da Reforma do Poder Judiciário, conselheiro seccional Gerson Fischmann e Rogério Lopes Soares, apresentaram um diagnóstico sobre a situação do 1º Grau de jurisdição no País e no Estado.

Segundo dados do País, há 92,2 milhões de processos ativos, sendo 82,9 mi somente no 1º Grau, o que corresponde a 90% do total. A taxa de congestionamento é de 72% no 1º Grau e 26% no 2º Grau. Fischmann também apresentou informações detalhadas sobre as demandas e o número de processos, juízes e servidores em diversas regiões do Estado. “A valorização do 1º Grau é discutida pela OAB/RS desde 2007. Hoje, o Conselho Federal da OAB também atua, junto ao CNJ, para reforçar a importância das Comarcas em termos de estruturas física e tecnológica, dos processos e dos servidores e juízes”, afirmou.

Fischmann explicou que o colapso do Judiciário gaúcho é evidente, em razão de ser o Estado que mais recebe demandas judiciais, e, em contrapartida, ser o menor em número de servidores por cidadão: “Há uma impossibilidade de liquidação do estoque de processos. O número de novos casos é superior ao número de processos baixados”.

O presidente da OAB/RS, Marcelo Bertoluci, frisou que a seccional foi a primeira a criar um GT sobre o tema. “É importante que as subseções tenham amplo acesso às informações sobre cada Comarca do Estado. A Ordem defende que a sentença em primeira instância tenha efeito imediato, salvo em alguns casos. Existe, sim, um colapso do Judiciário, que não tem mais condições de atender as demandas dos cidadãos, além de afrontar o exercício da advocacia”, destacou.

Na próxima semana, em Recife, Pernambuco, durante o Colégio Nacional de Presidentes da OAB, Bertoluci será relator da temática “Lei de Responsabilidade Fiscal no âmbito do Judiciário”. “Apontamos que é preciso mais transparência no orçamento do Poder Judiciário e melhor planejamento e gestão, além da inclusão da OAB nas sessões administrativas dos tribunais com direito a voz, falando em nome da cidadania”, ressaltou.

Assessores concursados

A presidente da subseção de São Leopoldo, Márcia Schwantes, trouxe a proposição para que os assessores de juízes e desembargadores sejam servidores concursados. “Estamos preocupados com essa situação”, afirmou. Foi criado um grupo de trabalho para aprofundar o estudo do assunto.

Rodney Silva | Jornalista – MTB 14.759
OAB Rio Grande do Sul
23.05.14  |  16h54  

Nenhum comentário:

Postar um comentário