Créditos: Assessoria de
Imprensa da Expodireto Cotrijal
Perspectivas de mercado e
o futuro da produção de alimentos foram os dois grandes temas debatidos no 31º
Fórum Nacional da Soja, realizado na manhã desta terça-feira (3), no auditório
central da Expodireto Cotrijal. O espaço ficou lotado de produtores que acompanharam
o evento e interagiram com os palestrantes.
O engenheiro agrônomo e
doutor em Economia Aplicada Alexandre Mendonça de Barros ministrou palestra
sobre o tema “Perspectivas da Economia Agrícola no Brasil e no Mundo”. Ele fez
uma análise do mercado internacional e seu impacto na microeconomia.
Mendonça explicou que o
surto de gripe suína africana na China, ano passado, levou o governo chinês a
abater boa parte do rebanho suíno do país, uma vez que a doença é difícil de
controlar. A consequência foi o aumento no preço da carne para os chineses
seguido de desabastecimento, o que provocou o aumento do consumo de animais
silvestres, origem do coronavírus em humanos.
Frente a doença, Pequim
determinou o fim de aglomerações de pessoas, o que impacta na redução da
economia. Todavia, quando o coronavírus estiver sob controle, a China correrá
atrás do prejuízo nos próximos meses. “Haverá uma retomada de demanda para
reestabelecer o estoque da China”, prevê Mendonça.
O economista ressaltou
que, hoje, com o dólar na casa de R$ 4,50, é um bom momento para vender soja
pelo câmbio. “Para a soja em dólar, semana passada já começou uma recomposição.
Ontem, voltou a subir a soja. É um preço bom, nada exuberante, mas um preço bem
razoável”, afirma.
Solo analisado do espaço
Os participantes do fórum
também acompanharam a palestra do fundador e CEO da Hypercubes, Fábio Teixeira,
que tratou do tema “Construindo uma Equipe Homem-Máquina para Alimentar o
Mundo”. Ele apresentou o nanossatélite que será colocado em órbita, no segundo
semestre deste ano, cuja tecnologia permite fotografar a superfície da Terra e
analisar a saúde do solo a partir de imagens hiperespectrais.
“O objetivo é ter os
primeiros produtos comerciais ao final de 2021. Entre agora e até lá, o que acontece
é o lançamento e a construção das primeiras bibliotecas dos fenômenos que a
gente gostaria de monitorar”, explica.
A Hypercubes está sediada
no Vale do Silício, onde mantém uma lavoura especial, com capacidade para 800
plantas. No local, são controladas diversas variáveis e induzidas doenças que
são monitoradas pela tecnologia que estará presente nos satélites. Neste ponto
do estudo, a colaboração dos produtores é essencial.
“A primeira parte está
feita, é a construção do hardware, a parte física do satélite. Agora entra a
parte do software, a gente precisa do agrônomo e do produtor ‘ensinando’ para a
máquina o que ele conhece há décadas. E nós precisamos transformar isso em
código (de computador)”, afirma.
Evolução tecnológica
impressiona
O auditório central da
Cotrijal permaneceu lotado durante todo o Fórum Nacional do Soja. Quem
acompanhou, não se arrependeu. É o caso do produtor Flávio Cofferri, de
Colorado. Ele disse ter ficado surpreso com as mudanças no mercado, que
envolvem o mundo inteiro. Além disso, demonstrou interesse no monitoramento de
lavouras por nanossatélites.
“É a primeira vez que
estou participando, vi que é uma excelente oportunidade para clarear (as
ideias) a fim de termos uma decisão mais assertiva com nosso produto na lavoura,
que é a nossa empresa. A tecnologia está vindo e não vamos ter como voltar
atrás”, afirma Cofferri.
*Assessoria de Imprensa
da Expodireto Cotrijal
Por Gabriel Nunes
Rádio Uirapuru | Passo
Fundo
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