quarta-feira, 25 de março de 2020

"Por que fechar escolas?" questiona Bolsonaro ao apontar que idosos são grupo de risco da Covid-19

Presidente discursou em rede aberta de rádio e TV nesta terça-feira e criticou políticas de confinamento e "histeria" com pandemia

Presidente discursou em rede aberta de TV e rádio nesta terça-feira
   Presidente discursou em rede aberta de TV e rádio nesta terça-feira 

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta terça-feira, governadores e prefeitos que adotaram medidas de quarentena devido à pandemia Covid-1, afirmando que eles põem em risco a economia com uma política de "terra arrasada". O chefe de Estado questionou, durante discurso de menos de quatro minutos em rede aberta de rádio e TV, a paralisação de atividades educacionais e empregos no Brasil  Ele disse que a doença atinge, em sua maioria, a população idosa e, por isso, não seria justificável que as escolas estivessem fechadas . "O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?", indagou.

O chefe do Executivo disse que são “raros” os casos fatais de pessoas saudáveis com menos de 40 anos. “Noventa por cento de nós não teremos qualquer manifestação caso se contamine. Devemos, sim, é ter extrema preocupação em não transmitir o vírus para os outros. Em especial, aos nossos queridos pais e avós, respeitando as orientações do Ministério da Saúde”, disse. “O vírus chegou. Está sendo enfrentado por nós, e brevemente passará. Nossa vida tem de continuar. Empregos devem ser mantidos, o sustento da família deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade”, afirmou.

Nesse sentido, segundo o presidente, autoridades de instância estadual e municipal tomaram decisões severas e "alarmantes" no combate ao novo coronavírus. "Em um primeiro momento, a missão era conter o status de pânico e histeria. Nossa vida tem que continuar, empregos devem ser mantidos e o sustento das famílias preservado", afirmou. Bolsonaro voltou a criticar, como já tinha feito em várias ocasiões, o que considera uma "histeria" da mídia sobre a doença e reiterou que o País tem uma população muito jovem e clima quente, condições que seriam pouco favoráveis para a propagação do vírus, ao contrário da Itália, que se tornou o principal foco da doença na Europa.

Para minimizar a ameaça do vírus, que já matou mais de 45 pessoas no Brasil e infectou outras 2,2 mil, ele falou de si próprio. “Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou teria. Quando muito, seria acometido por uma gripezinha ou um resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico, daquela conhecida televisão”, emendou, numa referência a Drauzio Varella, que, antes da crise se alastrar, compartilhou um vídeo em tal sentido. Na segunda-feira, publicações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do senador Flávio Bolsonaro que mostravam a gravação do médico, feita em janeiro, foram apagadas porque o Twitter considerou que as postagens violavam as regras de uso da rede ao potencialmente colocar as pessoas em maior risco de transmitir o vírus.

Cloraquina

Bolsonaro voltou ainda a comentar o episódio em que realizou dois testes para o Covid-19, ambos apontando negativo para a doença. Ele disse que o Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa dos Estados Unidos, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, estuda a eficácia do uso da cloroquina no tratamento do vírus.  Ao final do discurso, agradeceu a dedicação dos profissionais de saúde e também do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, por desempenhar um "excelente trabalho".


Por Correio do Povo

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