Presidente discursou em rede aberta de TV e rádio
nesta terça-feira
O presidente Jair Bolsonaro voltou a
criticar, nesta terça-feira, governadores e prefeitos que adotaram medidas de
quarentena devido à pandemia Covid-1, afirmando que eles põem em
risco a economia com uma política de "terra arrasada". O chefe
de Estado questionou, durante discurso de menos de quatro minutos em rede
aberta de rádio e TV, a paralisação de atividades educacionais e empregos no
Brasil Ele disse que a doença atinge, em sua maioria, a população idosa
e, por isso, não seria justificável que as escolas estivessem fechadas .
"O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas
acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?", indagou.
O chefe do Executivo disse que são “raros” os
casos fatais de pessoas saudáveis com menos de 40 anos. “Noventa por cento de
nós não teremos qualquer manifestação caso se contamine. Devemos, sim, é ter
extrema preocupação em não transmitir o vírus para os outros. Em especial, aos
nossos queridos pais e avós, respeitando as orientações do Ministério da
Saúde”, disse. “O vírus chegou. Está sendo enfrentado por nós, e brevemente
passará. Nossa vida tem de continuar. Empregos devem ser mantidos, o sustento
da família deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade”, afirmou.
Nesse sentido, segundo o presidente, autoridades
de instância estadual e municipal tomaram decisões severas e
"alarmantes" no combate ao novo coronavírus. "Em um primeiro
momento, a missão era conter o status de pânico e histeria. Nossa vida tem que
continuar, empregos devem ser mantidos e o sustento das famílias
preservado", afirmou. Bolsonaro voltou a criticar, como já tinha feito em
várias ocasiões, o que considera uma "histeria" da mídia sobre a
doença e reiterou que o País tem uma população muito jovem e clima quente,
condições que seriam pouco favoráveis para a propagação do vírus, ao contrário
da Itália, que se tornou o principal foco da doença na Europa.
Para minimizar a ameaça do vírus, que já matou
mais de 45 pessoas no Brasil e infectou outras 2,2 mil, ele falou de si
próprio. “Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não
precisaria me preocupar. Nada sentiria ou teria. Quando muito, seria acometido
por uma gripezinha ou um resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico,
daquela conhecida televisão”, emendou, numa referência a Drauzio Varella, que,
antes da crise se alastrar, compartilhou um vídeo em tal sentido. Na
segunda-feira, publicações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do
senador Flávio Bolsonaro que mostravam a gravação do médico, feita em janeiro,
foram apagadas porque o Twitter considerou que as postagens violavam as regras
de uso da rede ao potencialmente colocar as pessoas em maior risco de
transmitir o vírus.
Cloraquina
Bolsonaro voltou ainda a comentar o episódio em
que realizou dois testes para o Covid-19, ambos apontando negativo para a
doença. Ele disse que o Food and Drug Administration (FDA), espécie de
Anvisa dos Estados Unidos, em parceria com o Hospital Israelita Albert
Einstein, de São Paulo, estuda a eficácia do uso da cloroquina no tratamento do
vírus. Ao final do discurso, agradeceu a dedicação dos profissionais de
saúde e também do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, por desempenhar um
"excelente trabalho".
Por Correio do Povo
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