Espanha registrou mais 8.189 contágios
confirmados de coronavírus
O ministério espanhol da Saúde anunciou neste
sábado que 832 pessoas morreram nas últimas 24 horas vítimas do coronavírus, um
novo recorde diário no país. O número eleva o total de óbitos a 5.690, o
segundo maior balanço do mundo. A Espanha também registrou mais 8.189 contágios
confirmados de coronavírus, o que aumentou os casos oficialmente diagnosticados
a 72.248. O número de pessoas curadas também registrou forte alta (31,3% em 24
horas) e agora são 12.285, de acordo com os dados do ministério.
As regiões mais afetadas são Madri, com 2.757
mortos, quase metade do total, e Catalunha, com 1.070 vítimas fatais. A taxa de
mortalidade na capital espanhola é tamanha que a partir de segunda-feira a
cidade habilitará um segundo necrotério em uma instalação pública que estava
abandonada.
O governo local já havia instalado um necrotério
em uma pista de patinação de um centro comercial. Além disso, o exército e as
autoridades locais criaram um hospital de campanha com capacidade máxima para
5.500 leitos no Ifema, um grande centro de convenções da capital espanhola.
Para prevenir a propagação da doença, a população
espanhola completa neste sábado duas semanas de confinamento, que deve
prosseguir no mínimo até 11 de abril.
Solidariedade orçamentária na UE
Nessa sexta, o presidente francês, Emmanuel
Macron, favorável aos "coronabônus" ante as "reticências"
da Alemanha, fez um apelo à solidariedade orçamentária europeia, em entrevista
a vários jornais italianos. Nove países europeus, incluindo França, Itália e
Espanha, pediram um instrumento de ajuda coletiva para fazer frente ao
coronavírus, o que aumenta a pressão sobre a Alemanha, contrária a mutualizar a
dívida.
"Não superaremos esta crise sem uma forte
solidariedade europeia, em nível sanitário e orçamentário", avaliou o
presidente francês em entrevista com os jornais Corriere de la Serra, La Stampa
e La Repubblica. "A UE e a zona do euro se reduzem a uma instituição
monetária e a um conjunto de regras, muito flexibilizadas, que permitem a cada
Estado agir por conta própria? Ou agimos juntos para financiar nossos gastos,
nossas necessidades nesta crise vital?", pergunta Emmanuel Macron.
"Pode ser uma capacidade de endividamento comum, seja qual for o seu nome
ou um aumento no orçamento da UE para permitir um verdadeiro apoio aos países
mais afetados por esta crise", especificou.
"A quantidade é secundária, o que conta é
este sinal, através da dívida comum ou do orçamento comum", acrescentou.
Diante das "reticências" de países como a Alemanha, "não podemos
abandonar esta luta", insistiu o presidente.
À pergunta sobre o eventual atraso da França na
adoção de medidas de confinamento, apesar da deterioração da situação na
Itália, Emmanuel Macron respondeu: "Não ignoramos em absoluto os sinais.
Abordei esta crise seriamente desde o princípio, quando começou na China".
"Como a Itália nos precedeu nesta
crise", "tomamos na França as medidas mais duras o quanto antes
(...), levando em conta a quantidade de casos", disse, quando confrontado
com o fato de ter ido ao teatro em 6 de março 11 dias antes das medidas de
confinamento. "Segui em cada etapa três princípios essenciais: basear
nossas ações em opiniões científicas, nos adaptarmos à evolução da crise, tomar
medidas proporcionais", explicou Emmanuel Macron.
No décimo dia de confinamento na França, o
primeiro-ministro Edouard Philippe anunciou nesta sexta-feira que a medida se
estenderá até 15 de abril. O país conta com 1.995 mortos pelo novo coronavírus
desde o começo da epidemia, segundo um balanço publicado esta noite.
Por AFP
Correio do Povo
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