Brasileiros já começam trabalho de prevenção ao
coronavírus
O Brasil tem oito casos confirmados do novo
coronavírus e já há transmissão local da doença. São seis relatos positivos em
São Paulo, 1 no Rio de Janeiro e outro no Espírito Santo. Uma mulher tem teste
positivo no Distrito Federal e aguarda contraprova. Mesmo assim, o Ministério
da Saúde informou que não haverá mudanças na estratégia de combate à doença.
Pelo boletim mais recente, o número de casos
suspeitos da doença passou em 24 horas de 531 para 636 - 182 em São Paulo. Só
Acre, Amapá, Maranhão, Tocantins e Roraima não investigam relatos - embora
tenham descartado suspeitas. Já foram descartadas 378 análises em todos os
Estados.
De acordo com o ministério, já há transmissão
local da doença, com dois casos em São Paulo. As pessoas infectadas dentro do
País têm relação com o primeiro caso confirmado, de um homem de 61 anos que
voltou da Itália, e são do sexo feminino. A primeira pegou a infecção por
contato com o homem durante uma reunião com cerca de 30 pessoas, no fim de
semana em que ele voltou de viagem. Na sequência, ela transmitiu a doença para
a outra paciente. Não há detalhes ainda sobre a evolução clínica do primeiro
paciente diagnosticado no Brasil. Sabe-se que ele continua com sintomas e está
em casa.
Com transmissão interna, o Brasil pode ser
inserido em uma lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) de países em
monitoramento para o novo coronavírus, segundo o secretário de Vigilância em
Saúde, Wanderson Oliveira. Para uma pessoa ser investigada para o vírus em
qualquer país, ela precisa ter passado por um dos locais dessa lista.
O primeiro caso de coronavírus no Rio foi anunciado
ontem pelo governo do Estado. Trata-se de uma mulher brasileira de 27 anos que
mora em Barra Mansa e esteve na Europa, passando por Itália e Alemanha entre 9
e 23 de fevereiro. Ela apresentou sintomas no dia 17 (tosse, coriza e falta de
ar) e buscou atendimento médico no Brasil na segunda-feira, segundo o
ministério. No Estado do Rio, há 79 suspeitas sendo monitoradas. A confirmação
desse caso foi feita ainda pelo secretário estadual de Saúde fluminense, Edmar
Santos.
De acordo com Santos, a paciente viajou com o
marido e passou pela Itália (Milão e Lombardia) e pela Alemanha. O marido não
apresenta sintomas, mas é monitorado. Os primeiros sintomas dela foram tosse e
coriza, que surgiram no dia 17, quando o casal ainda estava na Europa. Mas esse
quadro não se apresentou durante o voo.
Ela procurou uma unidade de saúde em Barra Mansa
no sábado e passou a cumprir isolamento domiciliar de 20 dias. No domingo,
coletou material para exames realizados pelo Laboratório Central Noel Nutels
(Lacen-RJ), que emitiu laudo no dia 3. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também
recebeu amostra e confirmou o diagnóstico. O marido e outros familiares dessa
paciente estão sendo monitorados, mas não estão em isolamento.
Pessoas que ocuparam poltronas vizinhas no avião
em que ela voltou ao Brasil estão sendo localizadas e também serão monitoradas,
a exemplo do que ocorreu com outros viajantes que testaram positivo.
"Trata-se de um caso importado. Não há indício de que o vírus esteja
circulando pelo Estado do Rio", afirmou o secretário de Saúde. "Não
há motivo para pânico na população fluminense", afirmou.
Já o caso diagnosticado no Espírito Santo é de
uma mulher de 37 anos que esteve na Itália. A Secretaria Estadual de Saúde
informou que ela procurou atendimento em um hospital no dia 24 do mês passado.
O município onde a paciente mora e onde buscou ajuda, não foram divulgados.
"Os dados não serão divulgados por uma questão de privacidade", disse
o subsecretário Luiz Carlos Reblin.
Já o caso suspeito no Distrito Federal é de uma
mulher de 53 anos que esteve na Inglaterra e Suíça entre 25 de fevereiro e 2 de
março. Ela testou positivo para o novo coronavírus em um exame feito em
hospital privado e passará por contraprova no Laboratório Central de Goiás. Por
enquanto, ela permanece internada.
Por AE
Correio do Povo
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