Confira mitos
e verdades sobre a doença
Ministério da Saúde esclarece boatos sobre zika
vírus | Foto: Patrícia Coelho / PMPA / Divulgação / CP
O Ministério da Saúde divulgou nota nesta
quinta-feira para informar a população sobre notícias falsas divulgadas na
internet sobre a infecção por zika vírus. De acordo com a pasta, por ser
uma doença nova e com pouco conhecimento científico consolidado, o zika vírus,
transmitido pelo mosquisto Aedes aegypti - mesmo transmissor da dengue - tem
gerado muitas dúvidas. Por isso, alguns boatos circulam nas redes sociais e nos
aplicativos de bate-papo.
O Ministério da Saúde intensificou as ações nas redes sociais para esclarecer e informar a população. Confira os mitos e verdades sobre a doença:
1. Os casos de microcefalia estão relacionados ao uso de vacinas vencidas?
O Ministério da Saúde intensificou as ações nas redes sociais para esclarecer e informar a população. Confira os mitos e verdades sobre a doença:
1. Os casos de microcefalia estão relacionados ao uso de vacinas vencidas?
Mito: O aumento de casos de microcefalia no país está associado ao
vírus Zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Não há registro na
literatura médica nacional e internacional sobre a associação do uso de vacinas
com a microcefalia. Todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de
Imuização (PNI) são seguras. O PNI é responsável pelo repasse, aos estados, dos
imunobiológicos que fazem parte dos calendários de vacinação. Uma das
ferramentas essenciais para o sucesso dos programas de imunização é a avaliação
da qualidade dos imunobiológicos. O controle de qualidade das vacinas é realizado
pelo laboratório produtor obedecendo a critérios padronizados pela Organização
Mundial de Saúde (OMS). Após aprovação em testes de controle do laboratório
produtor, cada lote de vacina é submetido à análise no Instituto Nacional de
Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) do Ministério da Saúde. Desde 1983, os
lotes por amostragem de imunobiológicos adquiridos pelos programas oficiais de
imunização vêm sendo analisados, garantindo sua segurança, potência e
estabilidade, antes de serem utilizados na população.
2. O aumento de casos de microcefalia estão
relacionado ao uso de mosquitos com bactéria?
Mito: Não é verdadeira a informação de relação entre a incidência
do vírus Zika com os mosquitos portadores da bactéria Wolbachia. Desde 2014, a
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde,
desenvolve o projeto “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil” que propõe o uso de
uma bactéria naturalmente encontrada no meio ambiente, inclusive no pernilongo,
chamada Wolbachia. Quando presente no Aedes Aegypti, a bactéria é capaz de
impedir a transmissão da dengue pelo mosquito. A iniciativa, sem fins
lucrativos, é uma abordagem inovadora para reduzir a transmissão do vírus da
dengue pelo mosquito de forma natural e autossustentável. A pesquisa é inédita
no Brasil e na América Latina. O estudo já foi realizado, com sucesso, na
Austrália, Vietnã e Indonésia – onde não existem relatos de aumento dos casos
de microcefalia.
3. O zika vírus também pode causar Guillain-Barré?
3. O zika vírus também pode causar Guillain-Barré?
Verdade: A Síndrome de Guillain-Barré é uma reação, muito rara, a
agentes infecciosos, como vírus e bactérias, e tem como sintomas a fraqueza
muscular e a paralisia dos músculos. Vários vírus, assim como o Zika, podem
provocar a síndrome de Guillain-barré, que é uma doença rara. Assim como todas
as possíveis consequências do Zika, a ocorrência da Guillain-Barré relacionada
ao vírus continua sendo investigada. Os sintomas começam pelas pernas, podendo,
em seguida, irradiar para o tronco, braços e face. A síndrome pode apresentar
diferentes graus de agressividade, provocando leve fraqueza muscular em alguns
pacientes ou casos de paralisia dos membros. O principal risco provocado por
esta síndrome é quando ocorre o acometimento dos músculos respiratórios, devido
a dificuldade para respirar. Nesse último caso, a síndrome pode levar à morte,
caso não sejam adotadas as medidas de suporte respiratório.
4.O Ministério da Saúde mudou o parâmetro para
identificar a microcefalia para esconder o número de casos?
Mito: Todos os casos de crianças com microcefalia relacionada ao
vírus Zika serão investigados. A mudança para o parâmetro do perímetro cefálico
igual ou menor de 32 centímetros segue recomendação da Organização Mundial da
Saúde (OMS) e é apoiada pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e tem
suporte da equipe do SIAT (Sistema Nacional de Informação sobre Agentes
Teratogênicos). Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde adotou a medida de 33
cm inicialmente, que é totalmente normal para crianças que nascem após 37
semanas gestacionais, com o objetivo de compreender melhor a situação do
aumento de casos de microcefalia. A partir da primeira triagem desses casos
suspeitos, muitos dos diagnósticos realizados precocemente e preventivamente já
foram descartados. Portanto, a nova medida visa a evitar que bebês sem a
malformação sejam submetidos a uma série de exames desnecessários.
Fonte: Correio do Povo
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