terça-feira, 17 de abril de 2018

Justiça Federal condena 15 pessoas por tráfico internacional em Santo Ângelo


Justiça Federal condena 15 pessoas por tráfico internacional em Santo Ângelo

Uma quadrilha acusada de preparar e distribuir quase cinco toneladas de maconha e cocaína do Paraguai foi condenada pela 1ª Vara Federal de Santo Ângelo, cidade do Noroeste do Rio Grande do Sul. Dos 16 réus na ação penal, 15 foram condenados.

Um deles, fornecedor da mercadoria, recebeu a pena de 51 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado. A menor pena imposta foi de seis anos e 15 dias em regime semiaberto. A sentença é da juíza federal substituta Carla Tomm Oliveira. Cabe recurso da decisão ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

A ação penal iniciou com a chamada Operação Petros, deflagrada no ano passado pela Polícia Federal, que investigou a quadrilha, cujo faturamento somou mais de R$ 14 milhões. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), os réus, dos quais onze são homens e cinco, mulheres, foram ligados aos crimes de associação para o tráfico de drogas, tráfico internacional de entorpecentes e instrumentos para o tráfico, lavagem de bens, direitos e valores, moeda falsa e tráfico internacional de armas.

Na operação, foram apreendidos sete armas, 205 kg de maconha, 21,3 kg de cocaína, R$ 70 mil em dinheiro, 15 veículos além de um laboratório localizado na cidade de Ponta Porã (MS), conforme informou a Polícia Federal na época.

Como funcionava o esquema

O chefe da quadrilha era um brasileiro residente em Ponta Porã. Dono de pelo menos nove imóveis, alguns registrados em nome de laranjas, ele foi acusado de ser o responsável por refinar e repassar a droga aos comparsas.

Com a ajuda de um morador de Torres, no Litoral Norte do estado, e da companheira dele, a mercadoria era trazida ao estado, onde era distribuída a vendedores regionais. Foram identificados ainda intermediários em Três Passos, Santo Ângelo, São Borja e Santo Antônio das Missões.

Cerca de 10 mil páginas de relatos e documentos, e mais de 5 mil horas de interceptações telefônicas – com grande parte dos diálogos em código – foram levados ao juízo, que também ouviu 43 testemunhas, além dos 16 réus, sendo que 10 foram presos.

Os denunciados, por sua vez, defenderam a invalidade das interceptações e apreensões realizadas. Sustentando que as provas obtidas seriam frágeis, pediam por absolvição.

Porém, a juíza Carla Oliveira concluiu que haveria provas suficientes de autoria e materialidade em relação a 15 dos réus. Seis condenados poderão responder em liberdade se não estiverem presos por outros motivos.


RADIOCIDADESA

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