Empresa instalada em Miraguaí emprega mais de
700 funcionários e possui 127 aviários integrados
Há dez anos teve início um projeto que, hoje, podemos verificar
que foi responsável por uma grande transformação para a agricultura familiar da
região. Em 2007 iniciava a montagem da planta do frigorífico da empresa Mais
Frango, no município de Miraguaí, que começou os abates em outubro de 2009,
contrariando a opinião de muitas pessoas que não acreditavam que a ideia
audaciosa poderia dar certo.
Na última semana, os diretores da Mais Frango, Sadi Marcolin e
Adelir Weissheimer, receberam a equipe de reportagem do Sistema Alto Uruguai de
Comunicação, na sede da empresa. Eles apresentaram alguns números e comentaram
a respeito da atividade avícola, que desde a implantação do frigorífico,
apresenta um crescimento significativo na região Celeiro.
Cadeia que beneficia trabalhadores do campo e da cidade
Atualmente, com mais de 700 funcionários (incluindo indústria e fábrica de ração), a Mais Frango representa uma das cadeias produtivas de maior importância para diversos municípios da região. Os trabalhadores são oriundos de sete cidades, sendo a maioria de Miraguaí.
Atualmente, com mais de 700 funcionários (incluindo indústria e fábrica de ração), a Mais Frango representa uma das cadeias produtivas de maior importância para diversos municípios da região. Os trabalhadores são oriundos de sete cidades, sendo a maioria de Miraguaí.
As aves são criadas em 127 aviários integrados, distribuídos em 11
municípios. Três Passos é onde está instalado o maior número de aviários.
Atualmente são 33 espaços de confinamento de aves no município, o que
representa 666 mil aves alojadas por ciclo de 60 dias. Miraguaí ocupa a segunda
posição, com 27 aviários e uma capacidade de alojamento de 625 mil aves por
ciclo. Outros municípios da região, como Campo Novo, Redentora, Tenente Portela
e Palmitinho, também possuem aviários.
Hoje, 25% da integração é realizada a partir de aviários
automatizados, com sistema computadorizado que controla os níveis de água,
alimentação e temperatura. Também cresce os aviários que utilizam a tecnologia
de isopainel, a mais moderna da cadeia produtiva, com um material diferenciado
e que diminui gastos com energia para manter o aquecimento dos aviários,
possuindo isolante térmico.
Nossa reportagem visitou a Granja Santo Antônio, localizada em
Linha São Paulo, no interior de Miraguaí, onde serão construídos três aviários
dentro dessa nova tecnologia. Um deles já está concluído e o segundo em fase
final de construção.
No momento não há mais vagas para construção de novos aviários,
porém, vários produtores estão em uma fila de espera, demonstrando interesse em
ingressar na atividade.
Sadi Marcolin avalia que as evoluções tecnológicas podem
contribuir para que o jovem permaneça no meio rural. Ele reconhece que a mão de
obra está escassa no interior, porém, segundo ele, as inovações representam um
atrativo aos jovens, que gostam de se envolver com as tecnologias.
A fábrica de ração, localizada em Tenente Portela, produz 8
toneladas e necessita de 80 mil sacos de milho por mês. Boa parte desta matéria
prima é adquirida de produtores e cerealistas da região. Em determinados
períodos do ano, contudo, a Mais Frango precisa adquirir milho de outros
estados ou até importar do Paraguai. O estado não é autossuficiente na produção
de milho, fator que encarece um pouco a fabricação de ração.
Quase 40% do faturamento vem da exportação
O frigorífico abate 68 mil frangos por dia, com um turno de trabalho. 37% do faturamento é atingido com exportações (maior do que a média nacional) para 16 países de diferentes partes do mundo, sendo que a meta é atingir 40%. Os outros pouco mais de 60% da produção abastecem os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e parte ao Rio de Janeiro.
O frigorífico abate 68 mil frangos por dia, com um turno de trabalho. 37% do faturamento é atingido com exportações (maior do que a média nacional) para 16 países de diferentes partes do mundo, sendo que a meta é atingir 40%. Os outros pouco mais de 60% da produção abastecem os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e parte ao Rio de Janeiro.
Os Emirados Árabes Unidos é o país que mais compra produtos da
empresa, com destaque ainda para Iraque e Argentina. Uma pequena parcela também
é exportada para Hong Kong e Japão. Os embarques são feitos através do Porto de
Rio Grande.
Para 2018, uma das novidades pode ser o início das vendas para o
mercado chinês, já que no último mês de novembro a Mais Frango de Miraguaí foi
a única planta do Rio Grande do Sul habilitada para exportação de carne de aves
para a China, em uma lista de 11 frigoríficos anunciada pelo Ministério da
Agricultura.
Sadi ressalta que o frigorífico está se preparando para a segunda
etapa de inspeção, quando as autoridades chinesas virão à Miraguaí conhecer as
instalações da empresa. Segundo ele, este era um pleito antigo da empresa, que
busca sempre abrir novos mercados.
O cenário da avicultura em níveis estadual e nacional
Segundo as últimas estimativas, a produção da avicultura proporciona 44 mil empregos diretos, mais 900 mil indiretos e está presente em 242 municípios gaúchos. O RS é o terceiro maior produtor de carne de frango do Brasil, chegando a um total de 1,8 milhão de toneladas.
Segundo as últimas estimativas, a produção da avicultura proporciona 44 mil empregos diretos, mais 900 mil indiretos e está presente em 242 municípios gaúchos. O RS é o terceiro maior produtor de carne de frango do Brasil, chegando a um total de 1,8 milhão de toneladas.
Em 2017, num momento em que o mercado sentiu os efeitos da
instabilidade econômica e da Operação Carne Fraca, o consumo de frango caiu
cerca de um quilo no Rio Grande do Sul e hoje está ao redor de 42 quilos por
habitante/ano – segundo as autoridades do setor, o estado tem condições de
alcançar, pelo menos, 44 quilos.
Terceiro maior produtor do Brasil, o Rio Grande do Sul deverá
encerrar o ano com uma ligeira queda de 0,85% no número de abates (817 milhões
de aves) e pequena alta de 0,11% nas exportações (741 mil toneladas). A
produção de ovos deve crescer 1,6%, chegando a 3,1 bilhões de unidades. Para
2018, a expectativa é de um crescimento setorial de 2% a 2,5% no Rio Grande do
Sul.
De acordo com as estimativas da Associação Brasileira de Proteína
Animal (ABPA), a produção nacional de carne de frango no próximo ano deverá
superar em 2% a 4% o volume produzido em 2017, 13 milhões de toneladas.
Para associação, o crescimento se dá devido a dois fatores que
devem permear o ano de 2018, entre eles a retomada econômica. Além disso, há a
expectativa de manutenção dos custos de produção em patamares próximos aos
atuais.
Para esta reportagem produzida pelo Sistema Alto Uruguai, foi
importante a colaboração de Jorge Porolnick dos Santos, o Jorginho, ex-prefeito
do município, que sugeriu e intermediou o contato entre a emissora e os
diretores da empresa, além de acompanhar a entrevista, na última quinta-feira
(21), em Miraguaí.
*Thomás Silvestre e Vinicius Araujo (Especial
- Rádio Alto Uruguai)
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