Adaptações
possibilitam que pequenos com mobilidade reduzida fiquem em pé no shape
Guilherme, à esquerda, e Murilo, à direita,
andaram em pé no skate graças às adaptações
Foto: Guilherme Testa
Com braços
esticados para imitar a postura dos skatistas profissionais, Murilo Henrique
Dias, quatro anos, realizou um sonho: andar em pé em um skate pela primeira
vez. O desejo do menino, que possui a mobilidade reduzida por causa da
mielomeningocele, má formação intrauterina na medula, foi realizado graças a um
projeto desenvolvido pelo Educandário São João Batista, em Porto Alegre.
Chamada de “Skate acessível”, a
iniciativa teve a primeira etapa realizada nesta quarta-feira. Fisioterapeutas,
educadores, pais e voluntários participaram de palestras sobre skates adaptados
para pessoas com deficiência e, depois, construíram os aparelhos com base nas
necessidades das crianças atendidas pela instituição, como Murilo.
“Ele gosta muito de skate. Tem até um em casa, que pediu pra gente comprar, mas anda deitado, empurrando com a mão. Dizia que um dia iria conseguir ficar em pé para andar, o que aconteceu hoje”, conta a mãe, Nadinara Dias Rosa. A estrutura usada por Murilo se assemelha a um balanço que sustenta um cinto, o que possibilita que o menino fique em pé. Já o skate é colocado na parte de baixo do aparelho, e os pés da criança são presos ao shape, a prancha.
“Ele gosta muito de skate. Tem até um em casa, que pediu pra gente comprar, mas anda deitado, empurrando com a mão. Dizia que um dia iria conseguir ficar em pé para andar, o que aconteceu hoje”, conta a mãe, Nadinara Dias Rosa. A estrutura usada por Murilo se assemelha a um balanço que sustenta um cinto, o que possibilita que o menino fique em pé. Já o skate é colocado na parte de baixo do aparelho, e os pés da criança são presos ao shape, a prancha.
Murilo ficou em pé com
ajuda de um balanço móvel - Foto: Guilherme Testa
Com isso,
bastava alguém empurrar a estrutura para Murilo experimentar a sensação de
estar praticando em pé o esporte que tanto gosta. Sorridente, o menino até
imitava a postura dos skatistas, que andam com os braços abertos. "Foi
super bom porque o Murilo está começando a ter força e equilíbrio, e o skate
ajuda ele a acreditar que consegue”, completa a mãe.
Guilherme
Couto, cinco anos, que tem os movimentos reduzidos por causa de uma paralisia
cerebral, também experimentou um skate adaptado nesta quarta-feira. Com força
nos membros superiores, ele conseguiu ficar em pé em uma estrutura diferente da
adaptada para Murilo. No lugar de um balanço, Guilherme usou uma espécie de
andador, que sustentava o tronco e as pernas. O skate também foi colocado na
parte de baixo, assim como os pés do menino foram presos ao shape. “É ótimo
para a autoestima, porque ele fica bem feliz de estar em pé no skate. E como
ele fica fixo, não tem risco de cair”, conta a mãe, Rita de Cássia Couto.
Adaptação para
Guilherme é parecida com um andador - Foto: Guilherme Testa
Fisioterapeuta
do Educandário São João Batista, Francine Bonalume afirma que a instituição
pretende oferecer a prática do esporte para trabalhar a motivação dos
atendidos. “São crianças que fazem fisioterapia desde muito cedo, em lugares
fechados, por isso a motivação é tão importante. A oportunidade de praticar um
esporte ao ar livre alia o tratamento ao prazer e à diversão”, explica.
Depois da adaptação dos skates, a
instituição pretende partir para a segunda etapa do projeto: a construção de
uma pista para a prática esportiva. Já conta com o projeto e com a mão de obra,
mas ainda precisa de doações para a compra de materiais. “Foi a primeira vez
que projetamos uma pista para skates adaptados, que precisa de espaço para que
alguém possa acompanhar o praticante. É uma pista que também servirá para a
prática de estreantes no esporte”, comenta Ricardo Mendes, representante da
Spot Skateparks, empresa que doou o projetou da pista.
“Temos uma estrutura de
marcenaria, que colocamos à disposição para a construção da pista, além da mão
de obra. E os nossos alunos estão participando da adaptação dos skates”,
comenta Paulo Roberto dos Santos, professor no projeto Jam Skatinga, que dá
aulas de skate para adolescentes de 15 a 17 anos, na Restinga.
Quem quiser ajudar com doações
para a construção da pista pode entrar em contato com o Educandário São João
Batista pelo telefone (51) 3246-5655 ou acessar o site da instituição, pelo
endereço www.educandario.org.br,
e clicar no link “como ajudar”. A instituição é filantrópica e atende 180
crianças e adolescentes com deficiências múltiplas gratuitamente.
Fernanda da Costa
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário