Polícia trabalha com a
hipótese de sequestro fetal: forçar a grávida a dar à luz ou extrair à força o
feto
Savanna LaFontaine Greywind. AP
NICOLÁS ALONSO
Washington 29 AGO 2017 - 20:18 BRT
Savanna Lafontaine-Greywind, uma garota de 22
anos, grávida de oito meses, se despediu da mãe em 19 de agosto e lhe disse que
iria até a casa de
vizinhos do mesmo edifício para ajudar em um projeto de costura. Oito dias depois, no domingo passado, seu corpo sem vida,
envolto em plásticos e pendurado em um tronco, apareceu perto de um rio a
poucos quilômetros de Fargo, Dakota do Norte, Estados Unidos. Mas três dias antes da descoberta do cadáver, as
autoridades encontraram no apartamento de seus vizinhos um bebê: era a filha de
Savanna.
Há poucos detalhes. A polícia está em busca de
pistas que possam ajudar a decifrar como foram as últimas horas de Savanna, de
cabelo castanho e olhos verdes, cuja localização era desconhecida até que
alguns canoeiros divisaram seu corpo às margens do rio Red no Estado de
Minnesota, que faz divisa com Dakota do Norte. Os vizinhos, Brooke Lynn Crews e
William Henry Hoehn, foram presos por delitos de conspiração para matar,
conspiração para sequestrar e informações falsas. Mas no momento as autoridades
só puderam demonstrar que os dois suspeitos foram os últimos a ver Savanna com
vida. A hipótese com a qual os investigadores estão trabalhando, segundo The Washington Post, é de um sequestro fetal: forçar a grávida a dar à luz ou
extrair à força o feto da mãe.
A jovem subiu ao apartamento de Crews e Hoehn, dois andares
acima daquele onde morava com os pais, depois de receber uma proposta: eles lhe
pagariam 20 dólares (65 reais) para provar um vestido que estava sendo
confeccionado por Crews, a vizinha de 38 anos. Antes de sair de casa, às 13h30,
a moça pediu uma pizza. Não levou a carteira. Para sua mãe, Norberta, essas
atitudes indicavam que planejava voltar logo. Passado um tempo, Norberta subiu
as escadas e bateu na porta do apartamento de Crews e Hoehn. Sua filha já tinha
ido embora, lhe disseram. Às 16h30 denunciou o desaparecimento à polícia.
“Soube
de imediato que alguma coisa estava errada porque seu carro continuava
estacionado diante da casa. Estava grávida de oito meses e tinha os pés
inchados, não iria passear. Tinha uma pizza em casa que ainda não havia comido", explicou Norberta ao jornal
local Duluth News Tribune dois dias depois do
desaparecimento.
Mais
de 30 agentes e unidades com cães rastrearam o município e arredores. Também
revistaram o apartamento de Crews e Hoehn, sem sucesso até a quarta vez, quando
encontraram um bebê recém-nascido – um componente comovente adicional ao
misterioso caso. Era uma menina, a filha de Savanna, segundo confirmaram os
próprios suspeitos depois de presos. O chefe da Polícia, David Todd, explicou à
mídia que a menina poderia não estar na residência durante as três primeiras
revistas.
“A
única coisa que queria era uma vida com Savanna e meu bebê. Me roubaram tudo”,
declarou o namorado de Savanna, Ashton Matheny, com quem planejava ir morar no
mês que vem. O jovem angustiado, se submeteu a testes de DNA para confirmar que
a recém-nascida é, de fato, sua filha, segundo informou o canal local WDAY. “Savanna foi
uma vítima de um ato cruel e depravado”, afirmou Todd.
EL PAIS
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