quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Cadáver de grávida aparece em um rio e seu bebê, vivo, na casa dos vizinhos

Polícia trabalha com a hipótese de sequestro fetal: forçar a grávida a dar à luz ou extrair à força o feto

Savanna LaFontaine Greywind.
   Savanna LaFontaine Greywind. AP


NICOLÁS ALONSO
Washington 29 AGO 2017 - 20:18 BRT

Savanna Lafontaine-Greywind, uma garota de 22 anos, grávida de oito meses, se despediu da mãe em 19 de agosto e lhe disse que iria até a casa de vizinhos do mesmo edifício para ajudar em um projeto de costura. Oito dias depois, no domingo passado, seu corpo sem vida, envolto em plásticos e pendurado em um tronco, apareceu perto de um rio a poucos quilômetros de Fargo, Dakota do Norte, Estados Unidos. Mas três dias antes da descoberta do cadáver, as autoridades encontraram no apartamento de seus vizinhos um bebê: era a filha de Savanna.

Há poucos detalhes. A polícia está em busca de pistas que possam ajudar a decifrar como foram as últimas horas de Savanna, de cabelo castanho e olhos verdes, cuja localização era desconhecida até que alguns canoeiros divisaram seu corpo às margens do rio Red no Estado de Minnesota, que faz divisa com Dakota do Norte. Os vizinhos, Brooke Lynn Crews e William Henry Hoehn, foram presos por delitos de conspiração para matar, conspiração para sequestrar e informações falsas. Mas no momento as autoridades só puderam demonstrar que os dois suspeitos foram os últimos a ver Savanna com vida. A hipótese com a qual os investigadores estão trabalhando, segundo The Washington Post, é de um sequestro fetal: forçar a grávida a dar à luz ou extrair à força o feto da mãe.

A jovem subiu ao apartamento de Crews e Hoehn, dois andares acima daquele onde morava com os pais, depois de receber uma proposta: eles lhe pagariam 20 dólares (65 reais) para provar um vestido que estava sendo confeccionado por Crews, a vizinha de 38 anos. Antes de sair de casa, às 13h30, a moça pediu uma pizza. Não levou a carteira. Para sua mãe, Norberta, essas atitudes indicavam que planejava voltar logo. Passado um tempo, Norberta subiu as escadas e bateu na porta do apartamento de Crews e Hoehn. Sua filha já tinha ido embora, lhe disseram. Às 16h30 denunciou o desaparecimento à polícia.
“Soube de imediato que alguma coisa estava errada porque seu carro continuava estacionado diante da casa. Estava grávida de oito meses e tinha os pés inchados, não iria passear. Tinha uma pizza em casa que ainda não havia comido", explicou Norberta ao jornal local Duluth News Tribune dois dias depois do desaparecimento.
Mais de 30 agentes e unidades com cães rastrearam o município e arredores. Também revistaram o apartamento de Crews e Hoehn, sem sucesso até a quarta vez, quando encontraram um bebê recém-nascido – um componente comovente adicional ao misterioso caso. Era uma menina, a filha de Savanna, segundo confirmaram os próprios suspeitos depois de presos. O chefe da Polícia, David Todd, explicou à mídia que a menina poderia não estar na residência durante as três primeiras revistas.
“A única coisa que queria era uma vida com Savanna e meu bebê. Me roubaram tudo”, declarou o namorado de Savanna, Ashton Matheny, com quem planejava ir morar no mês que vem. O jovem angustiado, se submeteu a testes de DNA para confirmar que a recém-nascida é, de fato, sua filha, segundo informou o canal local WDAY. “Savanna foi uma vítima de um ato cruel e depravado”, afirmou Todd.

EL PAIS

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