Dados serão
apresentados a conselheiros em reunião específica
Resultados da auditoria estão sendo analisados
pelo Conselho de Gestão e serão apresentados no Conselho Delibrativo | Foto:
Mauro Schaefer / CP Memória
Na noite
de segunda-feira, um grupo de dirigentes colorados teve acesso a um primeiro
relatório da Due Diligence que a Ernst & Young, uma das maiores firmas de
auditoria do mundo, realizou nos procedimentos administrativos e financeiros do
Inter entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016, período da gestão de Vitorio
Piffero. O trabalho se iniciou em janeiro e foi exaustivo, sendo prorrogado
pelo menos duas vezes. O resultado assustou até mesmo os dirigentes mais
calejados. Há inconsistências importantes que serão mostradas aos conselheiros
em uma reunião que será marcada exatamente com esta finalidade.
Um grupo
de cinco empresas, todas do ramo da construção civil, chamou a atenção dos
auditores. Elas têm informações em comum, inclusive o número de telefone, e
também foram clientes do mesmo escritório de contabilidade. No período
investigado, as cinco empresas, que variam de micro a médio porte, receberam
mais de R$ 9 milhões. A uma delas, com sede em apartamento de cobertura em
Torres, foram destinados mais de R$ 5 milhões do Inter. Uma outra indica como
endereço comercial uma rua em um bairro popular de Viamão.
Os atuais
dirigentes do Inter, bem como os analistas da Ernst & Young, não
encontraram nenhuma obra no Beira-Rio realizada no período que pudesse
justificar um investimento deste porte. O Correio
do Povo entrou em contato com dirigentes do clube na gestão de
Piffero, como o 1º vice, Pedro Affatato, e o vice de patrimônio, Emídio
Ferreira. Affatato não retornou as ligações. Emídio afirmou que não reconhece
os valores e disse que o clube fez muitas obras no Parque Gigante, por exemplo.
“Não tenho lembrança dos valores, mas com certeza não chegaram a R$ 9 milhões.
Estou tranquilo. Quem não deve, não teme”, disse o ex-dirigente.
Outro
problema confirmado pela Ernst & Young, que já havia sido apontado pelo
Conselho Fiscal, foi a quantidade e os valores dos adiantamentos em dinheiro
realizados no caixa do clube. Segundo a Due Diligence, os dirigentes daquela
época sacaram um valor total de mais de R$ 9 milhões em saques que chegaram a
milhares de reais de cada vez. Muitos, inclusive, foram justificados depois com
notas fiscais das mesmas empresas de construção civil.
Os
resultados da auditoria estão sendo analisados pelo Conselho de Gestão e,
depois, serão levados ao Conselho Deliberativo.
Fabrício Falkowski
Correio do Povo
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