Emendar os dois Rios Grandes – do sul e do norte, esse era o
sonho de Gilmar Edson de Azevedo ao sair de Ijuí, no dia 18 de fevereiro de
2013, com duas moedas, uma bicicleta e muita fé. Cinco anos e quatro meses
depois, aos 58 anos, ele carrega bem mais na bagagem – fixada na magrela em
baldes e cordas. Carrega as histórias e a cultura dos 22 estados e distrito
federal, por onde passou. Histórias que ele conta, ricas em detalhes, e que
quer reportar para um livro, para que sirvam de exemplo a todos.
Na manhã ensolarada deste sábado, 16, “PINTO” como é conhecido,
chegou até a Rádio Querência. Em Santo Augusto desde a noite de ontem, ele veio
para visitar um dos melhores amigos, Leomar Barcelos, o Bicaco. Houve um
desencontro, Bicaco está viajando, mas rever o filho do seu melhor amigo,
“filar a bóia” e ainda uma estadia já valeu a viagem, disse ele
sorridente.
Próximo destino? Coronel Bicaco! Lá pretende rever uma amiga –
mas que pelo brilho nos olhos deve ser bem mais que isso. Perguntei, e ele foi
enfático “É o amor da minha vida, levo ela no coração”.
Entre uma pedalada e outra, Gilmar conheceu muitas pessoas, e
afirma com convicção, “as pessoas são bondosas sim, generosas e acolhedoras”.
Percalços? Teve muitos, mas nada o desanimou. Ao contrário, cada pedra no
caminho serviu como impulso. Sem relações com sua família, quem o guia é Deus
“Ele faz acontecer às coisas na nossa vida”.
Sua história é inspiração pura. Mas, mais do que isso, ele
prova, na prática, os benefícios do esporte, “Não sou andarilho, sou ciclista
[...] Com a minha trajetória provo que a atividade salva vidas, salvou a minha,
eu trabalhava com construção civil e em sítios e fazendas, sofri um
acidente de trabalho que resultou em problema no ciático e um enfarte, que
deixou sequelas, mas superei tudo. Ciclismo é vida, é saúde”.
Com um simples celular, onde houve rádio e confere as horas,
Gilmar segue viagem, a espera de um prato de comida e um aperto de mão sincero.
E sabe o que mais? Há dois anos Santo Augusto viaja com Gilmar pelos recantos
do Brasil. Afinal, a bandeira que carrega na bike foi presente do ex-gerente da
Corsan do município, que o presenteou na última passada por essas terras. “Quem
sabe não consigo uma nova dessa vez?”, finaliza rindo.
Ajuda!
Quem quiser colaborar com essa aventura, desde que seja "de
coração", como ele mesmo diz, pode o procurar hoje pelo Centro
de Santo Augusto. Itens para a bicicleta ou um chip de celular, são
coisas que ele precisa.
Postado por: Maira Kempf
Rádio Querência
Fotos: RQ
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