Ação foi
protocolada na sexta-feira à noite e está à disposição para apreciação
Professora está desaparecida
desde o dia 9 de abril
quando fez o último
contato com a família
O Ministério Público de Pelotas denunciou o filho e o ex-marido da
professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Cláudia Hartleben por
homicídio qualificado, motivo fútil que dificultou a defesa da vítima,
ocultação de cadáver e feminicídio. A ação foi protocolada na última
sexta-feira pelo promotor José Olavo Passos e já está à disposição para
apreciação do juiz da 1ª Vara Criminal, Paulo Ivan Medeiros. O promotor, porém,
não pediu a prisão preventiva da dupla por considerar que tenha passado muito
tempo do desaparecimento da docente.
Na denúncia, o representante do MP pediu ainda medidas
cautelares para João Félix Hartleben e João Moratto Fernandes. Pai e filho não
podem se afastar da comarca e devem comunicar à Justiça caso pretendam se
mudar. Cláudia está desaparecida há oito meses, desde a noite do dia 9 de
abril, quando fez o último contato com a família.
Consta também no inquérito oferecido pelo MP o resultado da
perícia do computador do filho da docente feita pelo Instituto Geral de
Perícias (IGP). Conforme o Ministério Público, foi confirmado que o jovem não
estava dormindo no horário que havia dito nos depoimentos prestados à Polícia
Civil e à promotoria. Segundo o promotor, a perícia comprova que João Félix
estava acordado quando a mãe teria chegado em casa. Na semana passada, o jovem
e o ex-marido da professora se negaram - mais uma vez - a passar pelo teste do
polígrafo - conhecido como detector de mentiras.
Para o Ministério Público não há dúvidas em relação à autoria do
crime. “Muitas pessoas foram ouvidas, diligências foram feitas. Agora chegamos
onde queríamos, nos autores”, disse.
A denúncia oferecida pelo MP pode ou não ser aceita pelo
magistrado. Caso seja acolhida, um processo criminal será aberto. Caso
contrário, o Ministério Público deverá recorrer da decisão ao Tribunal de
Justiça.
Relembre
Cláudia era coordenadora do curso de Biotecnologia da
Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Cláudia Hartleben era dona de uma
personalidade forte. Espírita, ela costumava frequentar o Lar Espírita
Assistencial Irmão Fabiano de Cristo. Na tarde do dia de seu desaparecimento,
após sair da UFPel, ela havia feito três visitas - prática comum entre os
voluntários da casa. Em seguida, visitou uma amiga por quem tem um grande
apreço. Ficou por lá cerca de duas horas e seguiu para sua casa, na Fernando
Osório. O irmão da professora, Alexandre, de 43 anos, afirma ter ouvido o
barulho do carro de Cláudia chegando em casa por volta das 23h, do dia 9 de
abril.
A Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD) assistiu a mais
de 85 horas de imagens de cinco câmeras de segurança do entorno da casa da
professora.
Foram ouvidas mais de 50 pessoas e a polícia cumpriu dezenas de
mandados de busca e apreensão em diversos municípios da região.
Por: Giulliane Viêgas
DIÁRIO POPULAR
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