segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Suspeitos no caso Claudia são denunciados pelo Ministério Público de Pelotas

Ação foi protocolada na sexta-feira à noite e está à disposição para apreciação

Professora está desaparecida desde o dia 9 de abril
quando fez o último contato com a família

O Ministério Público de Pelotas denunciou o filho e o ex-marido da professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Cláudia Hartleben por homicídio qualificado, motivo fútil que dificultou a defesa da vítima, ocultação de cadáver e feminicídio. A ação foi protocolada na última sexta-feira pelo promotor José Olavo Passos e já está à disposição para apreciação do juiz da 1ª Vara Criminal, Paulo Ivan Medeiros. O promotor, porém, não pediu a prisão preventiva da dupla por considerar que tenha passado muito tempo do desaparecimento da docente.

Na denúncia, o representante do MP pediu ainda medidas cautelares para João Félix Hartleben e João Moratto Fernandes. Pai e filho não podem se afastar da comarca e devem comunicar à Justiça caso pretendam se mudar. Cláudia está desaparecida há oito meses, desde a noite do dia 9 de abril, quando fez o último contato com a família.

Consta também no inquérito oferecido pelo MP o resultado da perícia do computador do filho da docente feita pelo Instituto Geral de Perícias (IGP). Conforme o Ministério Público, foi confirmado que o jovem não estava dormindo no horário que havia dito nos depoimentos prestados à Polícia Civil e à promotoria. Segundo o promotor, a perícia comprova que João Félix estava acordado quando a mãe teria chegado em casa. Na semana passada, o jovem e o ex-marido da professora se negaram - mais uma vez - a passar pelo teste do polígrafo - conhecido como detector de mentiras.

Para o Ministério Público não há dúvidas em relação à autoria do crime. “Muitas pessoas foram ouvidas, diligências foram feitas. Agora chegamos onde queríamos, nos autores”, disse.

A denúncia oferecida pelo MP pode ou não ser aceita pelo magistrado. Caso seja acolhida, um processo criminal será aberto. Caso contrário, o Ministério Público deverá recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça.

Relembre

Cláudia era coordenadora do curso de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Cláudia Hartleben era dona de uma personalidade forte. Espírita, ela costumava frequentar o Lar Espírita Assistencial Irmão Fabiano de Cristo. Na tarde do dia de seu desaparecimento, após sair da UFPel, ela havia feito três visitas - prática comum entre os voluntários da casa. Em seguida, visitou uma amiga por quem tem um grande apreço. Ficou por lá cerca de duas horas e seguiu para sua casa, na Fernando Osório. O irmão da professora, Alexandre, de 43 anos, afirma ter ouvido o barulho do carro de Cláudia chegando em casa por volta das 23h, do dia 9 de abril.

A Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD) assistiu a mais de 85 horas de imagens de cinco câmeras de segurança do entorno da casa da professora.

Foram ouvidas mais de 50 pessoas e a polícia cumpriu dezenas de mandados de busca e apreensão em diversos municípios da região.


Por: Giulliane Viêgas
DIÁRIO POPULAR

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