sábado, 27 de dezembro de 2014

Praga da Helicoverpa se espalha pelo Rio Grande do Sul

UFSM identificou 1,2 mil mariposas em todos os 33 municípios monitorados

Praga dizimou lavouras na Bahia na safra 2013/2014 | Foto: Clerison Perini / Divulgação / CP
   Praga dizimou lavouras na Bahia na safra 2013/2014 | Foto: Clerison Perini / Divulgação / CP

Em cinco semanas de acompanhamento das lavouras de soja no Rio Grande do Sul, entre os meses de novembro e dezembro deste ano, o Laboratório de Manejo de Pragas da Universidade Federal Santa Maria (UFSM) identificou 1,2 mil mariposas de Helicoverpa armigera nos 33 municípios monitorados quase cinco vezes mais se comparado a igual período do ano passado. No monitoramento anterior, foram identificados aproximadamente 250 indivíduos da espécie em 20 municípios dos 48 que estavam sendo controlados no Estado. “As mariposas analisadas foram dissecadas e examinadas as genitálias dos machos, de forma a tirar qualquer dúvida sobre a espécie de Helicoverpa presente na soja”, explica o entomologista Jerson Carús Guedes.

Considerando que em toda a safra de grãos 2013/2014 a ocorrência foi de 890 mariposas identificadas, o pesquisador avalia que a incidência atual caracteriza um forte surto de Helicoverpa armigera no Rio Grande do Sul. “Percebemos a ampla e uniforme distribuição da praga, o que indica seu estabelecimento no Sul e consolidação como praga da soja”, analisa. Guedes alerta para a importância do monitoramento nesta fase de crescimento vegetativo da lavoura. “É mais fácil de controlar”, afirma. Segundo o entomologista, o mês de janeiro também deve ser de vigilância, pois tende a apresentar uma maior ocorrência. Identificada na safra 2013/2014, a Helicoverpa armigera é uma espécie de lagarta que ataca principalmente as estruturas reprodutivas das plantas. A praga tem causado prejuízos econômicos a outras culturas, como milho e algodão, em todo o país. 

A principal orientação da Emater é iniciar o controle, preferencialmente, com produto biológico e, em um segundo e terceiro momentos, partir para os produtos fisiológicos e químicos. “Se começar pela estratégia de manejo correta, reduz o número de aplicações”, aconselha o agrônomo Gervásio Paulus, diretor técnico da Emater. Na avaliação dele, conforme o monitoramento é intensificado, maior será o número de mariposas identificadas. Contudo, ainda assim é preciso fazer o controle.

O presidente da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, avalia que a situação está sob controle, mas alerta: “A velocidade de multiplicação da espécie é muito intensa”.

As maiores ocorrências no Estado 

Santa Bárbara — 75 mariposas
Giruá — 59 mariposas
Coronel Barros — 49 mariposas
Ijuí — 44 mariposas
Pontão — 42 mariposas
Sarandi — 37 mariposas
Não-Me-Toque — 37 mariposas
Carazinho — 35 mariposas
Nova Palma — 35 mariposas
Três de Maio — 35 mariposas

Bruna Karpinski
Correio do Povo

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