quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Jardel exonera todos os funcionários do seu gabinete após denúncias

Decisão será publicada no Diário Oficial da AL-RS na sexta-feira (4).
São 12 funcionários de gabinete e entre 6 a 7 da bancada, diz assessoria.

Investigadores foram até a casa de Jardel fazer buscas
(Foto: Divulgação/Ministério Público)

O deputado estadual Mário Jardel (PSD) voltou a demitir todo o gabinete nesta quinta-feira (3). Conforme a assessoria de imprensa do político, são 12 funcionários de gabinete e entre 6 a 7 da bancada. A decisão deve ser publicada no Diário Oficial da Assembleia Legislativa na sexta-feira (4). O departamento jurídico de Jardel já está preparando os documentos para as demissões.

Conforme a assessoria do deputado estadual, a decisão foi tomada entre o político e seu advogado, Adameu Weimann, para "formar nova equipe".

Em abril, Jardel demitiu 17 dos 21 assessores, praticamente todo seu gabinete e depois se afastou das atividades parlamentares sob alegação de que está com depressão. Quem permaneceu trabalhando para Jardel recebeu aumento de até quatro vezes no salário. A alta foi para um servidor que ocupava o cargo de Assessor IV e virou coordenador da bancada do PSD no parlamento, com salário passando de R$ 4.462,99 para R$ 16.886,03: quatro vezes mais.

Os demais funcionários, que cuidavam das áreas de redes sociais, marketing e eventos também mudaram de cargo. Passaram de Assessor III para Assessor VI, com os vencimentos passando de R$ 3.814, 87 para R$ 7.132,46, quase o dobro do valor.

Os dados foram consultados no portal da transparência da Assembleia e comparados com a publicação de segunda-feira (6) do Diário Oficial do parlamento gaúcho, onde foram registradas as mudanças no gabinete de Jardel.

Político é investigado pelo Ministério Público
Na semana passada, deputado estadual Mário Jardel (PSD) tornou-se alvo de investigação do Ministério Público. O ex-jogador de futebol e ídolo do Grêmio é suspeito de desviar verbas da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, exigir parte dos salários de funcionários fantasmas e até de envolvimento com traficantes.

Em função disso, o parlamentar foi afastado do cargo por 180 dias. Mas o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) reconsiderou a decisão, acolhendo pedido de reconsideração proposto pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

O MP iniciou a investigação após denúncia de um dos assessores de Jardel. Para buscar provas, policiais foram até o gabinete do deputado e ao apartamento dele, em zona nobre de Porto Alegre, além de outros seis endereços, na manhã de 30 de novembro. Eles cumprem mandados de busca e apreensão na operação nomeada de "Gol Contra".

PSD suspendeu temporariamente deputado
Na terça-feira (1), o PSD decidiu suspender temporariamente o deputado. A decisão foi tomada por unanimidade pela executiva da legenda, que busca "informações junto ao Ministério Público sobre as denúncias que serão, então, examinadas pela Comissão de Ética, instalada também durante a reunião". Depois de analisado o material, a sigla vai definir o futuro do ex-jogador dentro do PSD.

O MP iniciou a investigação após denúncia de um dos assessores de Jardel. Para buscar provas, policiais foram até o gabinete do deputado e ao apartamento dele, em zona nobre de Porto Alegre, além de outros seis endereços, na manhã de segunda-feira (30).

Escutas mostram que um dos assessores, o chefe de gabinete Roger Foresta, comenta por telefone com uma mulher, que o MP diz ser uma funcionária fantasma do deputado, que Jardel fica com R$ 4 mil reais de seu salário todo mês. O Ministério Público calcula que o parlamentar juntava cerca de R$ 30 mil com parte dos vencimentos recebidos.


Fonte: Do G1 RS

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