Estudantes voltaram às ruas
contra a reestruturação nesta sexta.
Mais de 190
escolas foram ocupadas em todo o estado.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), decidiu
suspender a reorganização em toda a rede de ensino do estado, informou o SPTV
nesta sexta-feira (4). Nesta sexta-feira (4), estudantes voltaram às ruas
contra a reestruturação que previa o fechamento de escolas e afetaria mais de
300 mil alunos.
Em protesto, alunos passaram a ocupar, desde 9 de
novembro, escolas em todo o estado. Nesta sexta, 196 escolas estavam ocupadas,
segundo a Secretaria da Educação (o sindicato dos professores - Apeoesp -
afirma que são 205).
A decisão foi anunciada no dia em que pesquisa Datafolha indicou que a popularidade do
governador chegou ao menor índice já registrado: 28% consideram o governo dele
ótimo ou bom (na anterior, o percentual era de 38%). Segundo a pesquisa, dois
fatos influenciaram essa queda: a crise hídrica e a reorganização escolar.
Na quinta, o Ministério Público e a Defensoria Publica
pediram a suspensão da reorganização em todo o estado. A Justiça tinha dado
prazo de 72 horas para que a Fazenda Pública do Estado se manifestasse sobre as
alegações do processo. Segundo a Promotoria, a ação foi a última medida adotada
após diversas tentativas de diálogo com o governo.
Na ação, com pedido de liminar, eles pedem que o plano
de reorganização seja suspenso, que os alunos continuem na mesma escola em que
estão, mas com a possibilidade de pedido de transferência para outras escolas,
caso queiram, e que as escolas não sejam fechadas.
A ação também queria que a Secretaria da Educação
apresentasse um calendário para um amplo debate, durante o ano de 2016, sobre a
proposta.
Guarulhos
Nesta sexta, a Justiça concedeu liminar que suspende a
reestruturação da rede estadual de ensino em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ), em caso de
descumprimento, o governo teria de pagar multa de R$ 200 milhões.
A decisão valia apenas para a cidade de Guarulhos e foi
resultado de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público (MP). O
governo paulista pode recorrer da decisão.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo anunciou
no dia 23 de setembro uma nova organização da rede estadual de ensino paulista.
A ideia é a de que cada unidade escolar passe a oferecer aulas de apenas um dos
ciclos da educação a partir do ano que vem.
Protestos
A Polícia Militar (PM) deteve mais de 30 pessoas
nesta semana durante protestos contra a reorganização escolar em São Paulo.
O levantamento feito pela TV Globo foi divulgado na manhã desta sexta-feira
pelo Bom Dia São Paulo. Segundo os dados, de segunda-feira (30 de novembro) até
a última quinta (3), policiais militares detiveram 33 pessoas em 20
manifestações que bloquearam ruas e avenidas da capital.
Em entrevista ao G1,
o secretário da SSP, Alexandre de Moraes, também havia dito nesta semana que a
Polícia Militar não irá retirar os alunos das escolas ocupadas, mas vai
desbloquear as vias que forem fechadas pelos estudantes.
“A SSP lamenta que os manifestantes continuem desrespeitando
a Constituição Federal, deixando de realizar o prévio aviso de locais onde irão
atuar e bloqueando integralmente grandes vias de acesso, de maneira a impedir o
legítimo direito de ir e vir de estudantes e trabalhadores”, informa nota da pasta
da Segurança.
Entre os detidos, a maioria é de alunos. Os adultos são
presos e os adolescentes apreendidos. Policiais disseram à equipe de reportagem
que tentaram negociar a liberação das vias com os estudantes, mas, como eles se
recusaram, foi preciso agir, inclusive com o “uso progressivo da força”.
Bombas de efeito moral e sprays de gás pimenta foram
usados pelos agentes para dispersar os bloqueios das vias. Ao menos na capital
não há relatos de que balas de borracha foram usadas. Segundo a PM, algumas
pessoas foram detidas por desacato, desobediência, resistência, dano ao
patrimônio e corrupção de menores.
“A SSP permanecerá atuando para impedir que haja dano ao
patrimônio, seja público ou privado, incitação de crime ou tumultos e badernas
nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho”,
continua a nota da secretária.
PMs acompanham protesto de
alunos contra a reestruturação de ensino em SP (Foto: Márcio Pinho/G1)
Polícia usa gás lacrimogêneo
para tentar dispersar um protesto de estudantes e apoiadores contra o
fechamento de escolas previsto pelo governo do estado de São Paulo, na Zona
Oeste da capital (Foto: Taba Benedicto/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
Do G1 São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário