Com mais de 58 mil mortes, o Brasil se aproxima
de 1,4 milhão de infectados pelo coronavírus
O reitor da Universidade Federal de Pelotas
(Ufpel), o epidemiologista Pedro Curi Hallal, defendeu, nesta terça-feira, que
o Brasil adote um lockdown rigoroso de duas semanas para conter o avanço do
coronavírus em território nacional. Com mais de 58 mil mortes, o Brasil se
aproxima de 1,4 milhão de infectados pela doença.
Responsável por coordenar a maior pesquisa sobre
a propagação da Covid-19 no país, Hallal se mostrou taxativo, em entrevista à
Rádio Guaíba, ao alertar que apenas um lockdown, que veda a circulação de
pessoas e autoriza somente a abertura de estabelecimentos de serviços
essenciais, pode baixar a curva do coronavírus.
“O Brasil precisa fazer um lockdown rigoroso de
15 dias para colocar essa curva na descendente. O Rio Grande do Sul, por exemplo,
está com a curva bem na ascendente”, enfatizou, um dia antes de anunciar os
resultados da 5ª fase da pesquisa sobre o avanço da Covid em nove cidades
gaúchas
Em entrevista ao Esfera Pública, o pesquisador
criticou as estratégias de combate à doença adotadas no Brasil, assim que a
doença chegou ao país. “O Brasil nunca fez um lockdown. Fez um distanciamento
social, no começo. Se tivéssemos feito um lockdown no final de abril, começo de
maio, já teríamos colocado essa curva na descendente”, estimou.
Ao se declarar um apaixonado pelo futebol, Pedro
Hallal também lamentou a postura adotada pelo Grêmio, que anunciou a
intenção de levar a equipe para treinar no estado vizinho de Santa Catarina.
“Vejo com maus olhos”, disse.
No fim de maio, a pesquisa da UFPel apontou que
mais de 20,2 mil pessoas no Rio Grande do Sul já tiveram contato com o vírus e
desenvolveram anticorpos para a Covid-19. O estudo estimou que a cada um milhão
de habitantes, existam 1,7 mil infectados, dos quais apenas 580 notificados
oficialmente. O estudo da universidade vai ter oito fases, ao todo.
Por Lucas Rivas / Rádio Guaíba
Correio do Povo
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