Ele estava internado na
UTI do Hospital 9 de Julho. Advogado, Mentor foi deputado federal por quatro
legislaturas.
O deputado José Mentor (PT-SP) durante
audiência na Câmara — Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
O ex-deputado federal José
Mentor (PT), de 71 anos, morreu na madrugada deste sábado (25) em São Paulo,
vítima de Covid-19, segundo o partido. Ele estava internado na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) do Hospital 9 de Julho desde o dia 12 de julho. Há dois
meses ele tinha sofrido um infarte e estava se recuperando quando contraiu a
doença.
Ele era advogado e foi
deputado federal por quatro legislaturas, entre 2003 e 2019. Mentor também foi
vereador da Câmara Municipal de São Paulo de 1993 a 2003 e deputado estadual.
Como ele morreu em decorrência das complicações causadas pelo coronavírus, não
haverá velório. O enterro está previsto para as 15h no Cemitério Congonhas, na
Zona Sul da capital.
O presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, lamentou a morte do José Mentor.
"Recebi com muita
tristeza a notícia do falecimento de um grande amigo, o ex-deputado José
Mentor. Infelizmente, ele foi mais uma vítima da Covid-19. Mentor foi um grande
advogado, referência nas discussões jurídicas em relação a diversas propostas
legislativas, e muito atuante na CPI do Banestado, que foi relator, e eu,
vice-presidente. Deixo meu abraço aos familiares e minha solidariedade neste
momento tão difícil", postou em seu perfil no Twitter.
Em maio de 2017, o ex-
procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
apresentou denúncia contra o deputado em inquérito aberto na Operação Lava Jato. A investigação,
aberta em março de 2015, apontou indícios de que o parlamentar petista atuou em
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo o inquérito, José
Mentor recebeu R$ 380 mil do doleiro Alberto Youssef em fevereiro de 2014. O
repasse teria sido feito a pedido do então deputado André Vargas (sem
partido-PR).
De acordo com a denúncia,
o valor foi pago para que José Mentor ajudasse a viabilizar a contratação de
uma empresa pela Caixa Econômica Federal. O contrato, de R$ 71 milhões, era
para o fornecimento e manutenção de um software.
Em delação premiada,
Alberto Youssef relatou ter entregue o dinheiro pessoalmente a Mentor, em um
escritório em São Paulo.
Em outubro de 2018, o ministro Celso de
Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou a denúncia da
Procuradoria Geral da República. Celso de Mello entendeu que não foram
apresentados elementos mínimos contra o parlamentar. Com isso, o ministro
concedeu o chamado "habeas corpus de ofício" para arquivar o caso.
Por G1 SP — São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário