domingo, 14 de fevereiro de 2021

Guardas identificam matança de animais no Parque Estadual do Turvo

Pelo menos 10 crânios de onças-pardas e catetos foram encontrados por fiscais e pesquisadores nessa semana


(Foto: Divulgação)


Ameaçados de extinção no Rio Grande do Sul, os catetos, queixadas e onças-pardas voltaram a ser vítima da ação de caçadores, dentro da maior reserva de proteção ambiental do Estado, o Parque do Turvo – onde fica o Salto do Yucumã –, em Derrubadas.

Durante as atividades dessa semana, guardas e pesquisadores do parque encontraram pelo menos 10 crânios das espécies, animais nativos e ameaçados de extinção no território gaúcho. A estimativa é que, entre três e quatro animais tenham sido mortos recentemente.

As carcaças das espécies foram encontradas próximas umas das outras, acompanhadas de petrechos utilizados por caçadores, como cordas e munições deflagradas. Dentes de uma onça-parda foram arrancados pelos criminosos, que usam o item como “troféu”.

Além disso, crânios de alguns animais foram encontrados amarrados a troncos. Segundo o graduando em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande (UFRGS) e ex-guarda do parque, Maicon Enio Elsenbach, essa é uma técnica usada pelos caçadores para manter o animal morto e pendurado em uma posição elevada, facilitando a retirada da carne.

De acordo com Elsenbach, é difícil identificar os caçadores, que vêm aumentando suas atividades ilegais de caça no local. “É uma atividade frequente no parque, tanto de vários moradores do entorno quanto de pessoas que vivem em outros municípios da região e vêm caçar no parque”, afirma, reiterando que, no episódio em questão, a suspeita é que a ação tenha sido realizada por caçadores argentinos.

Para o ex-guarda, é necessário ampliar e dar mais condições para o trabalho de quem protege o parque. “São necessárias medidas que visem dar condições para a equipe de fiscalização do parque realizar patrulhas constantes. Além de parcerias com outras instituições de fiscalização ambiental, uma vez que a caça e a pesca ilegal são atividades frequentes no interior do parque”, destaca.


O Alto Uruguai

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