Divulgação
A
prefeitura de Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, fez um apelo por ajuda e
divulgou informações de um cenário de colapso no sistema de saúde nesta
quarta-feira, 24. Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o prefeito
Oscar Martarello chorou e pediu ajuda aos governos do estado e federal.
“Xanxerê está dando um grito de socorro para o Brasil. Hoje não se pede mais
respirador. Precisamos do governo federal, do governo estadual. Das Forças
Armadas. Precisamos remover esses pacientes para outros lugares. Não dá mais
para falar em montar leitos de UTI aqui. Não temos tempo. Estamos desesperados,
unidos, trabalhando virando a noite”, disse o prefeito”.
O
município está com todos os leitos de UTI para Covid-19 lotados. Não existem
vagas no Hospital Regional São Paulo (HRSP) e um centro de triagem montado pela
secretaria de Saúde acabou se tornando, de forma improvisada, um hospital. O
que era para ser um centro de triagem, virou um hospital. Estamos com 15
pacientes adultos internados no centro de triagem. Tinha 18, mas três crianças
foram transferidas para Chapecó. Dos 15, temos 10 pacientes aguardando leito de
UTI. Dez pessoas em situação extremamente grave - detalhou a secretária de
saúde, Francismara Pegoraro.
Segundo a secretária, três postos de saúde em Xanxerê já foram fechados e, na
próxima segunda-feira, mais um será fechado temporariamente para que
profissionais de saúde sejam deslocados ao centro de triagem. Está
desesperador. É angustiante ver o que está acontecendo - desabafou a
secretária.
O
prefeito falou também sobre mais restrições na cidade e o desrespeito às regras
sanitárias existentes no momento:
-
Prefiro fechar as portas de um estabelecimento que não respeita regras, do que
não ter vaga para um paciente no hospital.
Também
na coletiva de imprensa, o coordenador da emergência do Hospital Regional São
Paulo, Vinicius Chies de Moraes, afirmou que a cidade terá "mortes em
grande escala" se permanecer na atual situação:
Escolher
quem vai ser internado não é uma realidade da Itália. É uma realidade nossa.
O
diretor geral da unidade de saúde, Fábio Lunkes, completou sinalizando a
situação grave do hospital:
- O hospital é a última trincheira, e está sendo destruída. Infelizmente, se
nós não tomarmos alguma medida urgente, vamos perder essa guerra. Porque o
hospital não tem como ser destruído neste momento, senão a população inteira
vai sofrer.
Conforme
os dados oficiais da Secretaria de Estado da Saúde, a região de Xanxerê tem
atualmente mais de 1400 casos ativos de covid-19.
Fonte: NSC
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Paulo Marques Notícias
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