sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Caso de dengue é confirmado em Sede Nova e outros dois são investigados

Secretaria Municipal de Saúde intensifica combate ao mosquito na cidade. Quarteirão onde possuem casos suspeitos recebeu aplicação de inseticida nesta quinta-feira.

Aplicação inseticida ocorreu em todo o quarteirão em que residem as pessoas que podem estar infectadas. (Fotos: Divulgação/Secretaria de Saúde)

O município de Sede Nova conta com um caso confirmado de dengue e outros dois em investigação. As informações foram repassadas pela Secretaria Municipal de Saúde. O caso confirmado é importado, ou seja, contraído em outra região. De acordo com o fiscal sanitário e ambiental de Sede Nova, Juarez Zanella de Jesus, a mulher que reside em uma comunidade do interior deve ter sido picada pelo mosquito transmissor durante viagem para Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.

Conforme Juarez, a mulher retornou do passeio no último dia 16 e, no dia seguinte, manifestou os sintomas da doença. Ela procurou atendimento na Unidade Básica de Saúde no dia 20. Após exames preliminares, a confirmação de dengue ocorreu na terça-feira, dia 28. O Laboratório Central do Estado (Lacen) prossegue as análises e, somente após conclusão da investigação, deve publicar as informações na estatística oficial do RS. Dentre os sintomas estão dores de cabeça e nas articulações, náuseas e vômitos, febre alta, coceira e manchas vermelhas na pele. O número de sintomas pode variar conforme o paciente.

Os dois casos suspeitos que estão em investigação são de uma mulher e seu filho adolescente, moradores do perímetro urbano. Após o surgimento dos sintomas, eles procuraram atendimento médico na última terça-feira. Os resultados dos exames laboratoriais devem ser divulgados nos próximos dias. Não há relação de parentesco entre a mulher com dengue confirmada e os casos suspeitos.


Reforçado o combate nas proximidades de residência com casos suspeitos

Embora ainda sem confirmação dos dois casos na cidade, a Secretaria de Saúde deu início às ações de bloqueio mecânico e químico no quarteirão onde residem mãe e filho. O procedimento de bloqueio mecânico ocorreu na quarta-feira e consistiu em eliminar todo e qualquer depósito de água parada nas proximidades da residência. Durante as buscas, foram encontrados focos positivos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

Já o bloqueio químico, realizado na tarde desta quinta, contou com a aplicação de inseticida em todo o quarteirão em que residem as pessoas que podem estar infectadas. O objetivo foi de reduzir a infestação de mosquitos adultos. Uma máquina UBV costal foi utilizada para disseminação do inseticida.

Tanto a mulher que teve a confirmação de dengue, como os dois casos em investigação estão estabilizados. De acordo com Juarez, a paciente que teve dengue não requer mais cuidados e nenhum de seus familiares manifestou sintomas. Nos casos em investigação, mãe e filho estão medicados e sem complicações – eles foram orientados a permanecer em casa e usar repelentes.

Como a residência em que a mulher que teve o caso confirmado fica no interior, o protocolo de saúde orienta a equipe a apenas realizar uma investigação epidemiológica e vistoria para detecção de possível foco. Durante as buscas, os agentes encontraram focos do mosquito.

Índice de infestação do Aedes é alarmante

Juarez Zanella de Jesus, fiscal sanitário e ambiental de Sede Nova, relatou que o primeiro Levantamento de índice Amostral (LIA) realizado neste ano na cidade revelou que 3,8% dos domicílios visitados apresentaram larvas do inseto. A situação de Sede Nova, portanto, é considerada de alto risco para transmissão da doença. O recomendado é que o índice seja inferior a 1%.

Destaca-se o fato que no último trimestre de 2019, Sede Nova foi enquadrado, conforme levantamento realizado (relembre aqui), no seleto grupo de apenas três cidades da região Celeiro que não haviam apresentado domicílios com a presença de larvas do mosquito. Juarez comenta que os índices oscilam muito. Ele acredita que o retorno da chuva, após um período de estiagem, aliado ao calor, acúmulo de lixo e um possível descuido nas ações de prevenção, desencadeou o aumento dos focos.

Diante da situação, a Secretaria Municipal de Saúde intensifica o trabalho de combate aos focos do mosquito na cidade. Estão sendo realizados arrastões, envolvendo também os agentes comunitários de saúde, percorrendo toda a cidade para eliminar os focos e também orientar a população.

O último levantamento realizado identificou que aproximadamente 50% dos focos do mosquito foram encontrados em lixo depositado pela cidade. Além disso, 40% foram encontrados em reservatórios de água da chuva e 10% em pneus inservíveis. Recomenda-se tanto à população sede-novense, quanto a pessoas de outras cidades que se dirijam ao município, que usem repelente para evitar possível infecção.

A orientação principal é para que os moradores colaborem na vistoria de seus pátios, eliminando tudo o que possa acumular água. Além disso, pede-se que sejam lavados e escovados os bebedouros dos animais de estimação, sejam mantidas caixas de coleta de água da chuva ou outro tipo de reservatório vazios até ser possível reduzir a infestação.


Medidas de prevenção contra o mosquito

A transmissão da dengue, zika e chikungunya ocorre pela picada do Aedes aegypti. O mosquito tem em média menos de 1 centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, na cabeça e no corpo. Para se reproduzir, ele precisa de locais com água parada, não necessariamente suja. Muitos desses locais são dentro de pátios e até dentro das residências. Por isso, o cuidado para evitar a sua proliferação busca eliminar esses possíveis criadouros, impedindo o nascimento do inseto. Entre as medidas, recomenda-se:

– Tampar caixas d’água, tonéis e latões,
– Guardar garrafas vazias viradas para baixo,
– Guardar pneus sob abrigos,
– Não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia,
– Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises,
– Manter lixeiras fechadas e
– Manter piscinas tratadas o ano inteiro.


Fonte: Rádio Alto Uruguai
Fotos: Divulgação/Secretaria de Saúde

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