Aplicação inseticida ocorreu em todo o quarteirão em que residem
as pessoas que podem estar infectadas. (Fotos: Divulgação/Secretaria de Saúde)
O município de Sede Nova conta
com um caso confirmado de dengue e outros dois em investigação. As informações
foram repassadas pela Secretaria Municipal de Saúde. O caso confirmado é
importado, ou seja, contraído em outra região. De acordo com o fiscal sanitário
e ambiental de Sede Nova, Juarez Zanella de Jesus, a mulher que reside em uma
comunidade do interior deve ter sido picada pelo mosquito transmissor durante
viagem para Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.
Conforme Juarez, a mulher
retornou do passeio no último dia 16 e, no dia seguinte, manifestou os sintomas
da doença. Ela procurou atendimento na Unidade Básica de Saúde no dia 20. Após
exames preliminares, a confirmação de dengue ocorreu na terça-feira, dia 28. O
Laboratório Central do Estado (Lacen) prossegue as análises e, somente após
conclusão da investigação, deve publicar as informações na estatística oficial
do RS. Dentre os sintomas estão dores de cabeça e nas articulações, náuseas e
vômitos, febre alta, coceira e manchas vermelhas na pele. O número de sintomas
pode variar conforme o paciente.
Os dois casos suspeitos que
estão em investigação são de uma mulher e seu filho adolescente, moradores do
perímetro urbano. Após o surgimento dos sintomas, eles procuraram atendimento
médico na última terça-feira. Os resultados dos exames laboratoriais devem ser
divulgados nos próximos dias. Não há relação de parentesco entre a mulher com
dengue confirmada e os casos suspeitos.
Reforçado o combate nas
proximidades de residência com casos suspeitos
Embora ainda sem confirmação
dos dois casos na cidade, a Secretaria de Saúde deu início às ações de bloqueio
mecânico e químico no quarteirão onde residem mãe e filho. O procedimento de
bloqueio mecânico ocorreu na quarta-feira e consistiu em eliminar todo e
qualquer depósito de água parada nas proximidades da residência. Durante as
buscas, foram encontrados focos positivos do Aedes aegypti, mosquito
transmissor da doença.
Já o bloqueio químico,
realizado na tarde desta quinta, contou com a aplicação de inseticida em todo o
quarteirão em que residem as pessoas que podem estar infectadas. O objetivo foi
de reduzir a infestação de mosquitos adultos. Uma máquina UBV costal foi
utilizada para disseminação do inseticida.
Tanto a mulher que teve a
confirmação de dengue, como os dois casos em investigação estão estabilizados.
De acordo com Juarez, a paciente que teve dengue não requer mais cuidados e
nenhum de seus familiares manifestou sintomas. Nos casos em investigação, mãe e
filho estão medicados e sem complicações – eles foram orientados a permanecer
em casa e usar repelentes.
Como
a residência em que a mulher que teve o caso confirmado fica no interior, o
protocolo de saúde orienta a equipe a apenas realizar uma investigação
epidemiológica e vistoria para detecção de possível foco. Durante as buscas, os
agentes encontraram focos do mosquito.
Índice
de infestação do Aedes é alarmante
Juarez Zanella de Jesus, fiscal
sanitário e ambiental de Sede Nova, relatou que o primeiro Levantamento de
índice Amostral (LIA) realizado neste ano na cidade revelou que 3,8% dos
domicílios visitados apresentaram larvas do inseto. A situação de Sede Nova,
portanto, é considerada de alto risco para transmissão da doença. O recomendado
é que o índice seja inferior a 1%.
Destaca-se o fato que no último
trimestre de 2019, Sede Nova foi enquadrado, conforme levantamento realizado (relembre aqui),
no seleto grupo de apenas três cidades da região Celeiro que não haviam
apresentado domicílios com a presença de larvas do mosquito. Juarez comenta que
os índices oscilam muito. Ele acredita que o retorno da chuva, após um período
de estiagem, aliado ao calor, acúmulo de lixo e um possível descuido nas ações
de prevenção, desencadeou o aumento dos focos.
Diante da situação, a
Secretaria Municipal de Saúde intensifica o trabalho de combate aos focos do
mosquito na cidade. Estão sendo realizados arrastões, envolvendo também os
agentes comunitários de saúde, percorrendo toda a cidade para eliminar os focos
e também orientar a população.
O último levantamento realizado
identificou que aproximadamente 50% dos focos do mosquito foram encontrados em
lixo depositado pela cidade. Além disso, 40% foram encontrados em reservatórios
de água da chuva e 10% em pneus inservíveis. Recomenda-se tanto à população
sede-novense, quanto a pessoas de outras cidades que se dirijam ao município,
que usem repelente para evitar possível infecção.
A orientação principal é para
que os moradores colaborem na vistoria de seus pátios, eliminando tudo o que
possa acumular água. Além disso, pede-se que sejam lavados e escovados os
bebedouros dos animais de estimação, sejam mantidas caixas de coleta de água da
chuva ou outro tipo de reservatório vazios até ser possível reduzir a
infestação.
Medidas de prevenção
contra o mosquito
A
transmissão da dengue, zika e chikungunya ocorre pela picada do Aedes aegypti.
O mosquito tem em média menos de 1 centímetro de tamanho, é escuro e com riscos
brancos nas patas, na cabeça e no corpo. Para se reproduzir, ele precisa de
locais com água parada, não necessariamente suja. Muitos desses locais são
dentro de pátios e até dentro das residências. Por isso, o cuidado para evitar
a sua proliferação busca eliminar esses possíveis criadouros, impedindo o
nascimento do inseto. Entre as medidas, recomenda-se:
– Tampar caixas d’água, tonéis e latões,
– Guardar garrafas vazias viradas para baixo,
– Guardar pneus sob abrigos,
– Não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia,
– Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises,
– Manter lixeiras fechadas e
– Manter piscinas tratadas o ano inteiro.
– Guardar garrafas vazias viradas para baixo,
– Guardar pneus sob abrigos,
– Não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia,
– Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises,
– Manter lixeiras fechadas e
– Manter piscinas tratadas o ano inteiro.
Fonte: Rádio Alto Uruguai
Fotos: Divulgação/Secretaria de Saúde
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