segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Enfermeira de 54 anos é a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil

Imunização de Mônica Calazans ocorreu logo após o final da reunião da Anvisa, que determinou o uso emergencial da CoronaVac

Enfermeira de 54 anos é a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil


A enfermeira de 54 anos Mônica Calazans foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. O ato ocorreu neste domingo, logo após o final da reunião colegiada da Anvisa, que determinou o uso emergencial da CoronaVac e da vacina elaborada pela parceria Oxford/Astrazeneca. A enfermeira recebeu uma dose da CoronaVac. 


Mônica atua há oito meses na linha de frente do combate ao novo coronavírus no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Mônica é negra, moradora de Itaquera (zona Leste), com perfil de alto risco para complicações da Covid-19. Ela é obesa, hipertensa e diabética. 


"O senhor não tem noção da minha felicidade", disse Mônica ao governador João Doria, antes de tomar a vacina. "Dez meses de sofrimento", completou. 


Quando começaram os testes clínicos da vacina Coronavac pelo Instituto Butantã, ela também se voluntariou para os testes. No começo deste ano, ela contou em reportagem ao site do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren) que já tinha tomado duas doses e não teve nenhum tipo de reação. “Sou monitorada periodicamente. Além disso, há um canal do WhatsApp pelo qual entram em contato semanal comigo”, explicou. Como ela foi escolhida agora para tomar a vacina, pode-se imaginar que ela tinha tomado placebo.


Antes de fazer faculdade de Enfermagem, Mônica atuou como auxiliar da área por 26 anos. O diploma foi obtido aos 47. “Quem cuida do outro tem que ter determinação e não pode ter medo. É lógico que eu tenho me cuidado muito a pandemia toda. Preciso estar saudável para poder me dedicar. Quem tem um dom de foicuidar do outro sabe sentir a dor do outro e jamais o abandona,” disse Mônica, de acordo com a assessoria de imprensa do Emílio Ribas.


A enfermeira é viúva e mora com o filho Felipe, de 30 anos. Seu irmão caçula, de 44 anos, auxiliar de enfermagem, chegou a se contaminar e ficou internado por 20 dias com a doença.



Correio do Povo

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