Prefeito de Não-Me-Toque elegeu-se em 2017 e
está no primeiro mandato | Foto: Reprodução WhatsApp
A Polícia Civil investiga duas denúncias de
assédio sexual contra o prefeito de Não-Me-Toque, Armando Carlos Roos (PP).
Segundo o delegado Gerri Adriani Mendes, responsável pelo caso, há três
registros feitos por duas vítimas diferentes. O primeiro deles ocorreu no
segundo semestre de 2017, mas, pouco após comparecer à delegacia, a vítima
desistiu de representar contra o prefeito. Dois meses depois, entretanto,
depois de ter afirmado sofrer retaliação por parte do acusado (a mulher,
servidora de carreira da prefeitura, teria sido rebaixada de cargo por
supostamente não ceder às investidas do prefeito), ela retornou à delegacia e
registrou ocorrência contra Roos.
Como o acusado possui foro privilegiado, o
processo foi encaminhado para o Tribunal de Justiça, um procedimento normal
nesses casos. Há cerca de 20 dias, segundo o delegado, o Judiciário autorizou a
investigação da primeira denúncia de assédio. O caso foi repassado para o
Ministério Público, que solicitou diligências e investigação policial.
Logo após iniciarem a primeira investigação, um
novo caso de assédio envolvendo o mesmo acusado chegou às mãos do delegado. A
vítima também trabalhava na Prefeitura de Não-Me-Toque, lotada em um cargo de
confiança, e afirma ter sido exonerada do posto após divulgar vídeo gravado por
ela em que expõe as tentativas do prefeito. Em conversa com a vítima, no vídeo,
Roos afirma que "não quer namorar de graça" e sugere que a mulher o
acompanhe até seu apartamento. Em troca, ele teria prometido contratar a vítima,
segundo ela informou na denúncia, em troca de favores sexuais.
Além do
vídeo, a vítima também entregou à polícia conversas de WhatsApp entre ela e o
prefeito. O material foi juntado à denúncia e encaminhado ao Poder Judiciário,
por questões de foro privilegiado. A gravação acabou caindo nas redes sociais
- segundo a polícia, provavelmente através da própria vítima, que
mantinha o material bruto em seu celular pessoal.
No início
da semana passada, a primeira denunciante voltou à delegacia para pedir
medidas protetivas no âmbito da Lei Maria da Penha. Ela afirma estar sendo
perseguida. A segunda denunciante também requereu proteção policial alegando
ter sofrido ameaças. Os pedidos de medida protetiva foram enviados ao
Judiciário, e o delegado afirmou não saber se já estão autorizados.
Armando Carlos Roos está no terceiro mandato e
foi eleito em 2017. Ele tem 73 anos e, segundo informações fornecidas pelo
próprio no registro do Tribunal Superior Eleitoral, ele é viúvo.
Nota
oficial do prefeito de Não-Me-Toque
Armando
Carlos Roos, Prefeito de Não-Me-Toque/RS vem a público em respeito a verdade e
a opinião pública, manifestar-se sobre a acusação de assédio sexual,
esclarecendo o seguinte:
O
Prefeito ainda não foi citado da ação penal referente ao fato noticiado, tendo
sido surpreendido através das redes sociais com a divulgação de documentos
referente ao inquérito policial, sendo que está tomando as providências
cabíveis quanto a responsabilização das pessoas e entidades envolvidas com a
publicidade indevida dos documentos e vídeo de caráter pessoal.
No que
refere ao vídeo que vem sendo compartilhado junto ao aplicativo de mensagens
instantâneas,Whatsapp, importante referenciar que mostra tão somente diálogo
ocorrido entre o Prefeito Armando Carlos Roos e a suposta vítima, sendo que
esta seria nomeada para um cargo de confiança, junto a Secretaria Municipal de
Obras. A Suposta vítima utilizou-se da confiança do prefeito para gravar o
referido vídeo, e somente um ano depois vem a público divulgá-lo, após a sua
exoneração.
O assédio
relatado pela suposta vítima será devidamente apurado durante a instrução
processual, se houver o recebimento da denúncia.
Por
inúmeros motivos lamento este episódio, manifestando que as minhas ações sempre
foram pautadas pelo respeito e obediência as leis, as autoridades e sobretudo a
Comunidade Não-Me-Toquense, a qual peço desculpas pelo fato em questão
principalmente pelo mesmo ter ocorrido junto ao Gabinete, o que acabou elevando
a repercussão do caso.
Armando
Carlos Roos
Fernanda Pugliero
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário