Motorista foi executado na zona Sul de Porto
Alegre | Foto: Ricardo Giusti
Um motorista do aplicativo Uber foi encontrado
morto neste domingo na Capital. O corpo de Jairo Maciel, 63 anos, estava
localizado no meio do mato na estrada Rincão, em Belém Velho, na zona Sul, com
dois tiros na cabeça e sem parte do braço direito. Conforme a Polícia Civil,
Maciel saiu para trabalhar às 5h30min de sábado. Em seguida, teria recebido uma
chamada no condomínio Camila e Ana Paula, na Restinga. No local, um homem teria
embarcado.
Antes de
cometer o crime, que ocorreu por volta das 7h, o assaltante ainda pediu ao
motorista para passar em uma lanchonete na avenida Ipiranga. O delegado João
Nazário afirma que um suspeito de 21 anos foi preso. "Trabalhamos com duas
hipóteses, latrocínio ou homicídio. O motorista não tinha antecedentes
criminais e com ele foram encontrados a carteira e o celular", observa. De
acordo com a polícia, a arma utilizada na execução era de calibre reduzido,
possivelmente de 32 ou .380.
Os irmãos Matheus e Mario Noms, sobrinhos de
Maciel e que também são motoristas de aplicativos, acompanharam as buscas dos
policiais e reconheceram o tio. "É revoltante que mais um crime desses
tenha acontecido em Porto Alegre. Já tínhamos alertado o meu tio de que aquela
região em que ele foi chamado era perigosa. Sempre orientamos a evitar atender
chamadas de lá", explica Matheus, acrescentando que a direção do Uber não
deu nenhum suporte à família.
O veículo, um Prisma preto, foi encontrado horas
depois do crime próximo a um minimercado na Restinga. O carro teria sido
abandonado em função de um problema na embreagem. "Meu tio tinha planos de
se aposentar no próximo ano, estava reforçando o orçamento da família. Era um
cara experiente, já tinha trabalhado como taxista", afirma Mario. Maciel
deixa a esposa, três filhas e quatro netos. A polícia estuda a participação de
outra pessoa no crime.
O presidente da Associação de Motoristas
Particulares e de Aplicativos do Rio Grande do Sul (Ampa-RS), Carlos Guessi,
disse que é o quarto assassinato em 2018 e todas as vítimas estavam vinculados
ao aplicativo Uber. "É lamentável. A possibilidade de pagamento das
viagens em dinheiro torna os motoristas vulneráveis", frisou.
Felipe Samuel
Correio do Povo
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