Ação em combate à esquema de lavagem de dinheiro do crime organizado gaúcho cumpriu 1.368 ordens judiciais.
Reunião dos agentes antes
da operação deflagrada - Foto: Polícia Civil
As primeiras horas desta terça-feira, dia 19 de
abril, foram marcadas por intensa movimentação policial para o desencadeamento
da Operação Kraken, com mandados a serem cumpridos em 38 municípios do Rio
Grande do Sul, além dos Estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
O expressivo contingente para as diligências na Região Metropolitana foi
reunido em um amplo espaço da Capital para garantir o necessário sigilo da
investida.
Esta, que já é considerada como uma das maiores mobilizações policiais já deflagradas, partiu de uma investigação da 1a Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul. Agentes desta Distrital, coordenados pelo Delegado Gabriel Borges e pelo Delegado Regional Mario Souza, debruçaram-se por mais de 1 ano em meio nas investigações que identificaram vultoso esquema de lavagem de dinheiro do crime organizado gaúcho.
Valores obtidos a partir do tráfico de drogas e crimes patrimoniais (roubos, latrocínios etc.) eram maquiados e investidos de forma empresarial por facção gaúcha que atua no Rio Grande do Sul, parte do Sul do Brasil e possui ligações internacionais. A investigação se concentrou nos crimes de lavagem e ocultação de bens e valores oriundos do tráfico de entorpecentes e alcançou 5 lideranças do grupo criminoso, sendo indiciados pelo pertencimento à organização.
A partir do desdobramento das investigações, aprofundamento no sentido de encontrar o cerne do grupo criminoso e, por meio da utilização de técnicas especiais de investigação, foi possível mapear o organograma, a base de atuação, os ramos de condutas delituosas praticadas e a logística dos membros.
Ao longo da investigação, no ano de 2021, a 1ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul prendeu 102 integrantes da organização criminosa, que atuavam em diversos níveis de comando, desde o chamado vapor, puxador de carro, até alguns gerentes, além disso apreendeu mais de 10kg de entorpecentes e 11 armas de fogo.
Os policiais civis, após essas investigações e com o apoio do Ministério Público do RS, representaram e obtiveram 1.368 ordens judiciais no combate à facção criminosa. A ação de hoje contou com o apoio da Brigada Militar, Superintendência dos Serviços Penitenciários, Corpo de Bombeiros Militar do RS, Polícias Civis de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, além da Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional.
Veículos de luxo utilizados
pelos criminosos foram apreendidos na ação - Foto: Polícia Civil
O saldo da Operação Kraken compreende 273 mandados de busca e apreensão, 66 ordens judiciais de prisão, 13 casas prisionais objeto de busca e apreensão, 1 casa prisional federal com diligência para busca e apreensão, 38 sequestros de imóveis do crime, 102 veículos com decretação de perdimento, o que inclui carros de luxo como Maserati, Audi, Cadillak e Camaro. A descapitalização do grupo criminoso teve, ainda, o bloqueio de 190 contas bancárias e 812 pedidos para quebras de sigilo fiscal, bancário, tributário e bursátil deferidos.
O Delegado Gabriel Borges destaca que esse é um grande golpe que o crime organizado sofreu no que tange à sua descapitalização e sufocamento financeiro.
Para o Diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana - 2ªDPRM, Delegado Regional Mario Souza a operação Kraken rompe paradigmas no que se tinha até o momento no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. Ele ressalta que os reflexos desse trabalho certamente serão verificados por vários anos e as técnicas utilizadas servirão de base para trabalhos futuros.
Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul
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