A DP de fachada era utilizada no "golpe dos nudes" para pressionar as vítimas da extorsão
Sala reproduzia o cenário de
uma repartição policial
Mais uma falsa delegacia da Polícia Civil,
utilizada no "golpe dos nudes" foi localizada na operação Teatro do
Crime II, deflagrada na manhã desta sexta-feira pela 1ª DP de Novo Hamburgo,
coordenada pelo delegado Tarcísio Lobato Kaltbach. A “DP” de fachada, que serve
para pressionar as vítimas da extorsão ao reproduzir o cenário de uma
repartição policial, foi encontrada na localidade de Vila das Flores, no
município.
O diretor da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (3ª DPRM), delegado Eduardo Hartz, afirmou que será preciso apurar agora se existe alguma ligação com a outra DP falsa, que foi descoberta na última quarta-feira no bairro Canudos, em Novo Hamburgo. Na ocasião, dois catarinenses e um gaúcho foram presos. Um outro catarinense permanecia foragido.
Na nova DP de fachada, os agentes encontraram uma pistola verdadeira, uma réplica de pistola falsa e um banner da Polícia Civil, além de falsas ocorrências, certidões de óbito e inquéritos em nome do antigo Departamento Estadual da Criança e Adolescente (Deca), que atualmente é chamado de Divisão Especial da Criança e do Adolescente e pertence ao Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV). Havia também uma mesa, uma cadeira, um computador, um monitor, um teclado, uma impressora, um tablet e três telefones celulares, além de um bracelete e um distintivo, na sala.
A DP clandestina seria utilizada para simular a existência de uma verdadeira delegacia especializada no atendimento de crianças e adolescentes vítimas, visando dar mais credibilidade ao golpe aplicado. Os responsáveis pelo local não estavam no local no momento da ação policial, mas todos já estão identificados e responderão pelos crimes cometidos, incluindo extorsão e estelionato.
No golpe dos nudes, a vítima, geralmente um homem maduro, troca mensagens íntimas com uma jovem atraente. Um suposto familiar dela entra em contato e diz que a jovem é menor de idade e que será preciso custear o tratamento psicológico dela devido à exposição. Em um segundo momento, entra um falso policial exigindo dinheiro para não prender ou abrir um processo criminal, tendo como cenário a falsa delegacia. Apavorada, a vítima deposita o dinheiro exigido.
Correio do Povo
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