sexta-feira, 18 de junho de 2021

É hora de abandonar o uso da máscara?

Médico pneumologista Jorge Alan Souza esclarece dúvidas sobre a questão


Foto: Divulgação



Desde o início da pandemia do coronavírus no ano passado, muitas informações surgiram com relação às formas de evitar o contágio com a doença. Quanto ao uso da máscara pela população em geral, por exemplo, primeiro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que não era uma medida eficaz, e que o equipamento de proteção deveria ser usado apenas por profissionais da saúde. Depois, foi estipulado o seu uso por todos.


No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro, que até já foi multado por estar sem a máscara em local público, levantou nova polêmica, quando solicitou ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um estudo para atestar ou não a liberação do uso de máscara agora que a população começou a ser vacinada. A ideia surgiu, segundo o ministro da Saúde, em virtude de que em alguns países, a obrigatoriedade do uso de máscara foi retirada.


Alerta


Profissionais da área da saúde, no entanto, alertam que o momento ainda não é de tranquilidade para liberar o uso da máscara. Conforme o médico pneumologista Jorge Alan Souza, a flexibilização ainda não é adequada.  “Devemos usar máscara porque a grande maioria da população brasileira não foi vacinada, e existem muitos casos positivos de coronavírus. A máscara é uma forma importante de proteção na pandemia. A realidade do Brasil não permite flexibilizar o uso da máscara ainda. Talvez possa ser feito quando a grande maioria da população ou toda a população estiver vacinada”, adverte.


Jorge Alan reforça ainda que o uso da proteção deve continuar, inclusive, por parte daqueles que já receberam a vacina. “Como o vírus entra pelo nariz e pela boca, em 99% das vezes, raramente é pelos olhos ou outra lesão, a máscara protege a entrada do coronavírus no organismo. É uma barreira. Quem já foi vacinado deve continuar usando, porque pode ser um portador do vírus e contaminar outras pessoas. A máscara protege para ele não passar para ninguém e também protege de ele de não pegar uma outra cepa, além de outras doenças que ocorrem por contaminações respiratórias”, detalha.


Modelos e durabilidade


De acordo com o médico pneumologista, atualmente, as máscaras mais recomendas para uso são dos modelos N95, PFF2 e PFF3, que têm como principal característica, a capacidade de capturar, pelo filtro, partículas não biológicas e de microrganismos na forma de aerossóis.


– Sobre a durabilidade, a máscara cirúrgica pode ser utilizada entre 1 e 2h. O que inviabiliza seu uso é ela ficar úmida ou suja. As N95, a PFF2 e a PFF3 podem ser usadas por um dia. Isso é muito confuso porque foram feitas muitas máscaras em virtude da demanda. Além disso, ficou muito caro para trocar toda a hora de máscara. A máscara de pano tem que ser lavada todo o dia, colocando para secar no sol –, orienta o médico.


Respeitando as recomendações para a troca da máscara e de que a proteção cubra o nariz e a boca, conforme Jorge Alan, o uso da máscara nunca é inadequado. “Passada a pandemia é possível que o uso da máscara se torne comum, especialmente, para aqueles casos em que a pessoa está com sintomas gripais, por exemplo, em casa, no trabalho ou em atividades sociais. A transmissão de doenças pneumológicas e contagiosas por via respiratória vai diminuir muito. Então, talvez fique esse legado”.


Publicado por: Márcia Sarmento

Folha do Noroeste

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