Médico pneumologista Jorge Alan Souza
esclarece dúvidas sobre a questão
Foto: Divulgação
Desde o início da
pandemia do coronavírus no ano passado, muitas informações surgiram com relação
às formas de evitar o contágio com a doença. Quanto ao uso da máscara pela
população em geral, por exemplo, primeiro, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
divulgou que não era uma medida eficaz, e que o equipamento de proteção deveria
ser usado apenas por profissionais da saúde. Depois, foi estipulado o seu uso
por todos.
No
Brasil, o presidente Jair Bolsonaro, que até já foi multado por estar sem a
máscara em local público, levantou nova polêmica, quando solicitou ao ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga, um estudo para atestar ou não a liberação do uso de
máscara agora que a população começou a ser vacinada. A ideia surgiu, segundo o
ministro da Saúde, em virtude de que em alguns países, a obrigatoriedade do uso
de máscara foi retirada.
Alerta
Profissionais
da área da saúde, no entanto, alertam que o momento ainda não é de
tranquilidade para liberar o uso da máscara. Conforme o médico pneumologista
Jorge Alan Souza, a flexibilização ainda não é adequada. “Devemos usar
máscara porque a grande maioria da população brasileira não foi vacinada, e
existem muitos casos positivos de coronavírus. A máscara é uma forma importante
de proteção na pandemia. A realidade do Brasil não permite flexibilizar o uso
da máscara ainda. Talvez possa ser feito quando a grande maioria da população
ou toda a população estiver vacinada”, adverte.
Jorge
Alan reforça ainda que o uso da proteção deve continuar, inclusive, por parte
daqueles que já receberam a vacina. “Como o vírus entra pelo nariz e pela boca,
em 99% das vezes, raramente é pelos olhos ou outra lesão, a máscara protege a
entrada do coronavírus no organismo. É uma barreira. Quem já foi vacinado deve
continuar usando, porque pode ser um portador do vírus e contaminar outras
pessoas. A máscara protege para ele não passar para ninguém e também protege de
ele de não pegar uma outra cepa, além de outras doenças que ocorrem por
contaminações respiratórias”, detalha.
Modelos e durabilidade
De
acordo com o médico pneumologista, atualmente, as máscaras mais recomendas para
uso são dos modelos N95, PFF2 e PFF3, que têm como principal característica, a
capacidade de capturar, pelo filtro, partículas não biológicas e de
microrganismos na forma de aerossóis.
–
Sobre a durabilidade, a máscara cirúrgica pode ser utilizada entre 1 e 2h. O
que inviabiliza seu uso é ela ficar úmida ou suja. As N95, a PFF2 e a PFF3
podem ser usadas por um dia. Isso é muito confuso porque foram feitas muitas
máscaras em virtude da demanda. Além disso, ficou muito caro para trocar toda a
hora de máscara. A máscara de pano tem que ser lavada todo o dia, colocando
para secar no sol –, orienta o médico.
Respeitando
as recomendações para a troca da máscara e de que a proteção cubra o nariz e a
boca, conforme Jorge Alan, o uso da máscara nunca é inadequado. “Passada a
pandemia é possível que o uso da máscara se torne comum, especialmente, para
aqueles casos em que a pessoa está com sintomas gripais, por exemplo, em casa,
no trabalho ou em atividades sociais. A transmissão de doenças pneumológicas e
contagiosas por via respiratória vai diminuir muito. Então, talvez fique esse
legado”.
Publicado
por: Márcia Sarmento
Folha do Noroeste
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