Estudou apontou eficácia do Remdesivir
O relatório preliminar sobre o antiviral
remdesivir, publicado nesta sexta-feira, 22, no New England Journal, mostrou
que o tempo de recuperação em pacientes hospitalizados por coronavírus foi
menor para aqueles que tomaram o medicamento em comparação com os pacientes que
receberam placebo. A taxa de mortalidade também foi menor nos pacientes que receberam
o antiviral.
Quem recebeu o remdesivir se recuperou, em média,
após 11 dias, contra os 15 dias daqueles que tomaram placebo. Ao todo,
participaram 1.063 pacientes, mas alguns desistiram no meio do estudo e outros
morreram antes de concluir o período de avaliação. A taxa de mortalidade,
analisada dentro do período de 14 dias, foi de 7,1% no grupo que recebeu o
remdesivir, enquanto o grupo que recebeu placebo apresentou a taxa de 11,9%.
Em 30 de abril, o diretor do Instituto Nacional
de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos - uma das instituições
responsáveis pelo estudo - e conselheiro de Saúde da Casa Branca, Dr. Anthony
Fauci, já havia mencionado o período mais curto de recuperação em quem tomou o
antiviral.
Fauci lembrou também que se trata de um
medicamento para quem já está infectado pelo coronavírus, para prevenir
infecções, mas que nada tem a ver com as vacinas que estão sendo desenvolvidas
e testadas por outros laboratórios.
Já a cloroquina, que é um medicamento
originalmente usado no tratamento da malária, não apresentou resultados
satisfatórios. Defendida pelo presidente Jair Bolsonaro aos pacientes com
coronavírus, a cloroquina aumenta o risco de morte e de arritmia cardíaca nos
infectados pela Covid-19.
"Fomos incapazes de confirmar qualquer
benefício da cloroquina ou da hidroxicloroquina em resultados de internação
pela covid-19. Ambas as drogas foram associadas à diminuição de sobrevivência
dos pacientes internados e a um aumento da frequência de arritmia ventricular
quando usadas no tratamento da covid-19", conclui o estudo liderado pelo
professor Mandeep Mehra, da Escola de Medicina de Harvard, e publicado nesta
sexta-feira, 21, na revista Lancet.
Na quarta-feira, 20, o Ministério
da Saúde liberou a cloroquina para todos os pacientes de Covid-19. Em documento, o ministério autorizou a prescrição do
medicamento desde os primeiros sinais da doença causada pelo coronavírus.
Embora não haja comprovação científica da eficácia do medicamento contra a
doença, o ministério alegou, no documento, que o Conselho Federal de Medicina
(CFM) autorizou recentemente que médicos receitem a seus pacientes a cloroquina
e a hidroxicloroquina, uma variação da droga.
Por AE
Correio do Povo
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