quinta-feira, 24 de março de 2022

Frederico Westphalen: MP interpõe recurso contra liberação de acusados de assalto à Óticas Recris

Coletiva de imprensa convocada pelo Ministério Público, promotores detalharam não haver provas da acusação dos criminosos de que teriam sido agredidos por BMs


Promotores João Pedro Togni e Daniel Mattioni (Foto: Brenda Anjos)


O Ministério Público (MP), através dos promotores Daniel Mattioni e João Pedro Togni, convocaram uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, 23, para informar sobre o recurso interposto pelo MP, contra a decisão em audiência de custódia tomada pela Justiça da Comarca de Frederico Westphalen, no sábado, 19, que liberou os acusados de serem autores do assalto à Ótica Recris, de FW, ocorrido na madrugada da sexta-feira, 18. 

 

Na ocasião, relógios foram levados do estabelecimento que havia recentemente sido inaugurado no município, após quebrarem a fachada de vidro da loja. Câmeras de segurança flagraram o fato e os criminosos (dois adultos e um menor de idade) foram presos pela Brigada Militar ainda na manhã da sexta-feira. 

 

Como os objetos furtados e roupas usadas no crime foram localizados no apartamento onde eles foram localizados, a Polícia Civil decretou a prisão em flagrante dos meliantes. Porém, atendendo a legislação em vigor desde 2019, os advogados de defesa dos acusados solicitaram audiência de custódia, que aconteceu no sábado. 


Nesta audiência, os acusados do crime alegaram que teriam sido agredidos por policiais militares. Diante disso, a Justiça determinou a liberação dos indivíduos adultos, decisão que é contestada pelo Ministério Público. 


– Naquele caso específico, não havia, nem de longe, o indicativo de provas ou demais materiais de que eles, de fato, teriam sido violentados ou agredidos por parte dos agentes da Brigada Militar. No nosso entendimento, esse artifício foi usado de forma inovadora e artificiosa pelos acusados – diz o promotor Mattioni. 


Os promotores também alegam que a interposição do recurso e tentativa de manter os indivíduos presos, visa evitar o cometimento de mais crimes por parte dos acusados. Um dos homens já possui condenação por tráfico de drogas e outro possui indícios de integrar uma facção criminosa, realidades que comprovariam a necessidade de manutenção da prisão dos acusados.


Depois do recurso ter sido interposto, o MP aguarda agora a análise do pedido por parte da Justiça, processo que pode ser moroso. Os indivíduos envolvidos no crime estão em liberdade.


Contatado pela reportagem do FN, o comandante do 37º Batalhão de Polícia Militar (37º BPM), tenente-coronel Carlos Alberto Cardoso de Aguiar Jr. afirma que irá aguardar a decisão judicial intimar a Brigada Militar, para posteriormente tomar as providências necessárias. 



Publicado por: Adriano Dal Chiavon

Folha do Noroeste

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