sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Caiçara está entre os municípios em que há mais desmatamento no RS

Conforme estudo anual realizado pelo IGP, município caiçarense teve periciado uma área de mais de 16 hectares que foi desmatada gerando prejuízo de mais de R$ 2 milhões


IGP realiza perícias ambientais de forma anualmente (Foto: IGP/RS-Divulgação)


Todos os anos, a Seção de Perícias Ambientais do Departamento de Criminalística divulga os dados de áreas de desmatamento e valoração referente aos laudos periciais elaborados nos últimos 12 meses. Isso significa que é atribuído um valor de mercado às áreas desmatadas, chamado valoração ambiental, que precifica o capital natural, isto é, aquilo que temos de recursos naturais no mundo, como água, ar, solo, plantas, etc.


No período analisado foram elaborados 175 laudos, expedidos entre setembro de 2020 e setembro de 2021, relativos a uma área total somada de 359 hectares, onde houve corte raso, ou seja, toda a vegetação foi removida do local. O bioma da Mata Atlântica é o mais atingido pelo desmatamento no Estado. O valor obtido foi de R$ 45.558.192,58. Esse seria o custo dos serviços ambientais prestados por esta vegetação, como manutenção do clima, controle da erosão e polinização da área.


Para chegar a este valor, foram levados em conta o estágio de sucessão da vegetação (se a floresta estava em desenvolvimento inicial, médio ou avançado), o tipo de uso do solo na região (se a área afetada era circundada por floresta nativa, se estava em meio a uma lavoura ou perto de um centro urbano) e a existência de restrições legais para a ocupação (área de preservação permanente, reserva legal ou unidade de conservação, por exemplo). Os peritos da Seção utilizam drones e imagens de satélite, além de dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Cadastro Ambiental Rural (Car). 


O levantamento feito pelo IGP está de acordo com a Lei de Crimes Ambientais  (Lei Federal n° 9.605/1998), que determina que a perícia deve indicar o prejuízo causado pelo desmatamento, o que serve como base para o cálculo de multa e pagamento de fiança, além de fornecer subsídios para processos criminais e cíveis.


Das 5.522 perícias realizadas pela Seção de 2004 a 2021, a maioria – 41%, ou 2.178 - referiam-se a locais desmatados, principalmente no bioma Mata Atlântica. A poluição hídrica vem em segundo lugar, com 22% dos casos. Nos últimos sete anos, O IGP recebeu em média 530 solicitações de perícia ambiental.


Ranking dos 10 municípios mais desmatados




*Com informações do IGP RS


Publicado por: Adriano Dal Chiavon

Folha do Noroeste

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