Menino de sete anos teria sido dopado
Mais um crime chocante contra criança foi
registrado no Rio Grande do Sul. No Litoral Norte, um menino de sete anos foi
dopado e colocado dentro de uma mala antes de ser jogado no rio Tramandaí, no
limite entre Imbé e Tramandaí. A mãe da criança, de 26 anos, foi presa em
flagrante na noite desta quinta-feira. A situação da companheira dela, de 23
anos, ainda está sendo avaliada pela Polícia Civil.
O caso mobilizou ainda o 2º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (2º BPAT) da Brigada Militar e a Guarda Municipal de Imbé. O 9º Batalhão de Bombeiros Militar também foi acionado e realizou buscas ainda na noite desta quinta-feira. Uma mala foi apreendida na beira do rio Tramandaí, em Imbé. O trabalho dos bombeiros militares ao longo do rio Tramandaí foi reiniciado na manhã desta sexta-feira. Não é descartado que oi corpo tenha sido levado para o mar e talvez apareça somente nos próximos dias na orla.
O crime foi descoberto quando a mãe e a companheira compareceram no final da noite de quinta-feira na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Tramandaí, com o objetivo de registrar o desaparecimento da criança ocorrido há dois dias. Os policiais militares do 2º BPAT, que faziam uma outra ocorrência no local, manifestaram interesse em ajudar a mãe e fizeram algumas perguntas.
Sobre a demora no registro, a mãe alegou que tinha visto no Google que devia esperar 48 horas para fazer o registro. No entanto, a companheira dela acabou falando espontaneamente que o menino estava na mala e foi colocado no rio. Imediatamente, as duas foram detidas dentro da DPPA.
O delegado Antônio Carlos Ractz compareceu então na delegacia para efetuar o flagrante por homicídio qualificado, sendo que a mãe acabou confessando o crime após contradições no depoimento. O indiciamento poderá incluir a tortura. “Infelizmente nos deparamos com este fato, um dos mais bárbaros que me deparei na minha carreira policial”, desabafou em entrevista na madrugada desta sexta-feira ao Correio do Imbé.
“A mãe entre aspas não amava seu filho, não tinha qualquer tipo de sentimento pela criança…”.avaliou, observando que a mãe declarou que a criança seria fruto de um estupro cometido por um namorado. “Ela demonstrou uma frieza que jamais vi no pior dos bandidos…Uma frieza total”, enfatizou. “Ela desistiu do filho”, resumiu.
“Preliminarmente constatou-se que a criança sofria tortura, não recebia alimentação e vivia amarrada dentro de um armário de uma peça nos fundos da casa”, relatou o delegado Antônio Carlos Ractz. “É muito triste o que aconteceu...Quanto sofrimento ela enfrentava...Esta criança teve a vida ceifada sem motivo algum”, lamentou.
Mais apurações
Antes de ser colocado na mala e transportado até a beira do rio, o menino foi sedado com medicamentos. “A mãe não tem certeza se a criança estava viva ou morta quando foi lançada nas águas”, destacou o policial civil, frisando que a acusada teve ajuda da companheira.
A residência onde as duas moravam será agora examinada por uma equipe do Instituto-Geral de Perícias, visando obter indícios e vestígios. “Há muito mais a ser apurado. É um fato gravíssimo”, resumiu o delegado Antônio Carlos Ractz. Ele constatou inclusive que alguns vizinhos sabiam da situação da criança e nunca fizeram nada. “Por quê que não denunciaram? Talvez isso tivesse evitado…”, questionou.
Em entrevista à rádio Guaíba, o delegado Antônio Carlos Ractz confirmou que o menino vivia sob intensa tortura física e psicológica, mantido em uma peça de um metro quadrado. “Até mesmo um armário era utilizado para prender a vítima, que por muitas vezes era amarrada. A mãe e a companheira chegaram a adquirir dois cadeados, com a intenção de acorrentar a criança”, disse.
A investigação prossegue com várias diligências, como procura por imagens de câmeras de monitoramento. “Vou pedir a quebra do sigilo dos aparelhos telefônicos delas”, adiantou.
Correio do Povo
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