Serpentes, escorpiões, aranhas e
taturanas são os animais mais comuns
Foto: Divulgação
A combinação de altas temperaturas e umidade, como tem
ocorrido neste verão, está favorecendo o aparecimento de animais peçonhentos na
região. Já foram divulgados registros em Boa Vista das Missões e Erval Seco nos
últimos dias, o que traz um alerta à população sobre cuidados necessários para
evitar acidentes.
O biólogo e especialista em Saúde da 19ª Coordenadoria
Regional de Saúde (19ª CRS), Marcio André Geroldini, explica que esses animais
são de baixo metabolismo, ou seja, mantêm a temperatura do corpo através de
fontes de energia provenientes do ambiente. “Esses animais têm maior atividade
e reprodução no verão ou em épocas mais quentes”, acrescenta.
Os principais animais peçonhentos são serpentes, escorpiões e
aranhas, podendo estar presentes em vários tipos de ambiente. “As serpentes
habitam, principalmente, a zona rural e as periferias das grandes cidades,
preferindo ambientes úmidos, como matas e são carnívoras. As aranhas e
escorpiões possuem uma tendência crescente a se adaptar em ambientes urbanos,
devido à facilidade de encontrar alimentos. Também são carnívoros e se
alimentam de insetos. Têm hábitos noturnos e, durante o dia, se escondem sob
cascas de árvores, pedras materiais de construção e, nas casas, dentro de
calçados ou em roupas amontoadas.
– Em nossa região é comum acidentes por animais peçonhentos
ou provocados por serpentes do grupo das Jararacas. Com relação ao escorpião, a
espécie encontrada aqui é o Escorpião-manchado, de baixa toxicidade. O
Escorpião-amarelo, que não é comum no RS, tem se dispersado com carregamentos
de frutas, madeiras, entre outros materiais, vindo de outros Estados e está
ocorrendo, principalmente, na região metropolitana –, detalha o biólogo.
Quanto às aranhas, as mais comuns no RS são a
Aranha-de-jardim, Armadeira e Aranha-marrom. Outro animal peçonhento é a
lagarta Taturana, encontrada durante o dia, no caule das árvores, formando
colônias. À noite sobe na copa das árvores para se alimentar das folhas.
Provoca acidentes somente na fase de lagarta.
Cuidados
Para prevenir acidentes, a orientação é evitar folhagens densas
junto a muros e paredes; sacudir roupas e sapatos antes de usá-los; não por a
mão em buracos, sob pedras e troncos podres; usar calçados e luvas de couro ao
realizar atividades de jardinagem. As soleiras das portas podem ser vedadas ao
escurecer; usar telas em ralos no chão, pias ou tanques; combater a
proliferação de insetos e vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos
entre o forro e as paredes, além de consertar rodapés.
Se for registrado o acidente com escorpião, a orientação é de
captura do animal e encaminhamento para a 19ª CRS, que faz a notificação e
identificação. Com relação às serpentes e aranhas, o animal só deve ser
capturado para identificação e correta aplicação do soro específico.
Em caso de acidente com animal peçonhento, o paciente deve
ser medicado nas primeiras horas. O soro antiveneno é o único tratamento
eficaz. “Imobilize o membro atingido e tente mantê-lo em posição elevada.
Sempre que possível, capture o animal para identificação. Não corte, não
esprema, não faça sucção e nem torniquete”, orienta. Outras informações podem
ser obtidas no Centro de Informação Toxicológica do RS, pelos telefones 150 ou
0800 721 300, plantão 24h.
Acidentes na região
2019 – 7 acidentes com taturanas; 2 com escorpião, 16 com
aranhas, 44 com serpentes;
2020 (até 10/2) – 8 acidentes com serpentes
2020 (até 10/2) – 8 acidentes com serpentes
Publicado
por: Márcia Sarmento
Folha
do Noroeste
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