sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Animais peçonhentos: clima favorece ocorrências na região


Serpentes, escorpiões, aranhas e taturanas são os animais mais comuns

Foto: Divulgação

A combinação de altas temperaturas e umidade, como tem ocorrido neste verão, está favorecendo o aparecimento de animais peçonhentos na região. Já foram divulgados registros em Boa Vista das Missões e Erval Seco nos últimos dias, o que traz um alerta à população sobre cuidados necessários para evitar acidentes.

O biólogo e especialista em Saúde da 19ª Coordenadoria Regional de Saúde (19ª CRS), Marcio André Geroldini, explica que esses animais são de baixo metabolismo, ou seja, mantêm a temperatura do corpo através de fontes de energia provenientes do ambiente. “Esses animais têm maior atividade e reprodução no verão ou em épocas mais quentes”, acrescenta.

Os principais animais peçonhentos são serpentes, escorpiões e aranhas, podendo estar presentes em vários tipos de ambiente. “As serpentes habitam, principalmente, a zona rural e as periferias das grandes cidades, preferindo ambientes úmidos, como matas e são carnívoras. As aranhas e escorpiões possuem uma tendência crescente a se adaptar em ambientes urbanos, devido à facilidade de encontrar alimentos. Também são carnívoros e se alimentam de insetos. Têm hábitos noturnos e, durante o dia, se escondem sob cascas de árvores, pedras materiais de construção e, nas casas, dentro de calçados ou em roupas amontoadas.

– Em nossa região é comum acidentes por animais peçonhentos ou provocados por serpentes do grupo das Jararacas. Com relação ao escorpião, a espécie encontrada aqui é o Escorpião-manchado, de baixa toxicidade. O Escorpião-amarelo, que não é comum no RS, tem se dispersado com carregamentos de frutas, madeiras, entre outros materiais, vindo de outros Estados e está ocorrendo, principalmente, na região metropolitana –, detalha o biólogo.

Quanto às aranhas, as mais comuns no RS são a Aranha-de-jardim, Armadeira e Aranha-marrom. Outro animal peçonhento é a lagarta Taturana, encontrada durante o dia, no caule das árvores, formando colônias. À noite sobe na copa das árvores para se alimentar das folhas. Provoca acidentes somente na fase de lagarta.

Cuidados

Para prevenir acidentes, a orientação é evitar folhagens densas junto a muros e paredes; sacudir roupas e sapatos antes de usá-los; não por a mão em buracos, sob pedras e troncos podres; usar calçados e luvas de couro ao realizar atividades de jardinagem. As soleiras das portas podem ser vedadas ao escurecer; usar telas em ralos no chão, pias ou tanques; combater a proliferação de insetos e vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes, além de consertar rodapés.

Se for registrado o acidente com escorpião, a orientação é de captura do animal e encaminhamento para a 19ª CRS, que faz a notificação e identificação. Com relação às serpentes e aranhas, o animal só deve ser capturado para identificação e correta aplicação do soro específico.

Em caso de acidente com animal peçonhento, o paciente deve ser medicado nas primeiras horas.  O soro antiveneno é o único tratamento eficaz. “Imobilize o membro atingido e tente mantê-lo em posição elevada. Sempre que possível, capture o animal para identificação. Não corte, não esprema, não faça sucção e nem torniquete”, orienta. Outras informações podem ser obtidas no Centro de Informação Toxicológica do RS, pelos telefones 150 ou 0800 721 300, plantão 24h.

Acidentes na região

2019 – 7 acidentes com taturanas; 2 com escorpião, 16 com aranhas, 44 com serpentes;
2020 (até 10/2) – 8 acidentes com serpentes


Publicado por: Márcia Sarmento
Folha do Noroeste

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