O índice de reajuste do salário mínimo regional é de 11,6%. De acordo com o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, é o maior aumento desde que foi criado, em 2001. O cálculo considera a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 4,3% em 10 meses, mais 7,91% de aumento real. Pestana afirmou que o projeto do salário mínimo regional será enviado à Assembleia Legislativa na próxima segunda-feira. O secretário disse ainda que o governo criará uma comissão de negociação entre trabalhadores e empresários para até o final do primeiro semestre deste ano construir uma proposta de reajuste do piso para os próximos quatro anos. De acordo com o Dieese, as quatro faixas do piso regional beneficiam 1,13 milhão de trabalhadores gaúchos.
O presidente da CUT/RS, Celso Woyciechowski, considerou o índice do reajuste insuficiente mas avaliou como positiva a intenção do governo de construir uma política permanente para o piso. Pela manhã, as centrais sindicais tinham apresentado uma contraproposta ao governo de 12,59%. A proposta inicial do Piratini era 10%. De acordo com os cálculos da CUT/RS, o acúmulo de perdas do piso regional chegava a 27,41% antes do anúncio do governo.
“Manter o salário mínimo estadual é aumentar as desigualdades regionais e estimular o emprego informal”, argumentou o presidente da Fiergs, Paulo Tigre, ao criticar, em nota, o reajuste definido ontem. Tigre, que participou com outros presidentes de federações empresariais de uma reunião com Tarso Genro antes do anúncio, já tinha alertado para a elevação dos custos da economia diante de outros estados que não possuem o piso local.
“Isso significa menos investimentos e oportunidades de empregos”, disse. Ele salientou ainda que o salário gaúcho contamina as negociações das categorias organizadas com os seus sindicatos e não respeita as peculiaridades de cada segmento e municípios. Para ele, o salário nacional já recuperou o poder de compra dos trabalhadores e, portanto, não há razão para a existência do estadual.
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