Sismo ocorreu
no mar Egeu, ao sudoeste de Esmirna
Terremoto foi avaliado pelo
USGS com magnitude 7 | Foto: Mert Cakir / AFP / CP
Após um forte terremoto na Turquia, pelo menos
17 pessoas morreram (12 no país turco e dois na Grécia) e 700 ficaram
feridas. As informações são do Instituto Geofísico dos Estados Unidos (USGS, na
sigla em inglês), da imprensa local e da Agência Nacional de Resposta a
Desastres (AFAD). A magnitude do sismo, registrado a uma dezena de quilômetros
de profundidade, foi avaliado pelo USGS com magnitude 7, e com 6,8 pelas
autoridades turcas.
Na Grécia, a ilha de Samos, no arquipélago do
Dodecaneso (sudeste), foi a área mais afetada: dois jovens morreram em
decorrência da queda de um muro e quatro pessoas ficaram feridas, informou o
canal público ERT.
"Foi um caos, nunca passamos por isso. Até
agora não temos vítimas. Alguns edifícios foram danificados, principalmente uma
igreja", localizada no porto de Karlovassi, informou Giorgos Dionysiou, o
vice-prefeito de Samos.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis,
telefonou nesta sexta para o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para
expressar suas condolências pelos mortos.
Como exemplo de sua força, o terremoto causou
um aumento no nível do mar que inundou as ruas de Seferihisar, cidade turca
localizada no epicentro. A maré também varreu as costas da ilha de Samos.
A costa turca, que é muito populosa, foi a mais atingida.
Sentido em Istambul e em Atenas, o sismo
ocorreu no mar Egeu, ao sudoeste de Esmirna, terceira cidade da Turquia, e
perto da ilha grega de Samos.
"Neste momento, recebemos informações,
segundo as quais seis imóveis desabaram em Bornova e Bayrakli", na
província de Esmirna, anunciou o ministro turco do Interior, Suleyman Soylu, no
Twitter.
"Alguns dos nossos concidadãos estão sob
os escombros", acrescentou o ministro do Meio Ambiente, Murat Kurum, que
relatou a queda de cinco edifícios.
Pânico nas ruas
As emissoras de televisão do país mostravam
imagens de grandes nuvens de poeira, enquanto a população corria para as ruas,
em pânico. Em uma imagem captada por um morador, um prédio caía com uma enorme
facilidade, enquanto pedestres gritavam: "Meu Deus!".
Em Bornova, socorristas, moradores e policiais
tentavam abrir passagem entre os escombros de um prédio residencial de sete
andares, com a ajuda de motosserras, segundo as imagens da emissora pública
TRT. De tempos em tempos, os socorristas pediam silêncio para localizar
sobreviventes. Uma jovem foi retirada dos escombros de um prédio desabado,
segundo a rede CNN-Türk.
O governador de Istambul, Ali Yerlikaya, disse
que, até o momento, não há informações sobre danos na capital econômica do
país. "Todas as nossas instituições começaram a se deslocar para o local
para iniciar os esforços necessários", declarou o presidente Recep Tayyip
Erdogan no Twitter. O sismo aconteceu frente à costa de Samos, perto da cidade
turca de Esmirna.
Sentido fortemente em Samos, mas também na ilha
de Creta e em Atenas, o sismo, de duração prolongada, "foi registrado às
8h51 (horário de Brasília), e seu epicentro se situou a 19 km de Samos e a 2 km
de profundidade", segundo o último comunicado do Observatório grego de
Sismologia.
"Diplomacia
do terremoto"
De acordo com a Chancelaria turca, os ministros
das Relações Exteriores de Grécia e Turquia "destacaram que estão prontos
para, em caso de necessidade, se ajudar e apoiar mutuamente". Esta
promessa de ajuda mútua é uma reminiscência da ajuda que a Grécia ofereceu à
Turquia após o terramoto de 1999, que deixou 17.000 mortos, um gesto que
permitiu a retomada nas relações entre os dois países rivais. Isso levou
alguns especialistas a cunhar a frase "diplomacia do terremoto".
A União Europeia e a Otan ofereceram ajuda em
tudo o que a Turquia solicitar, expressaram Ursula Von der Leyen, presidente da
Comissão Europeia, e Jens Stoltenberg, secretário geral da Otan, no Twitter.
Tanto a Turquia quanto a Grécia estão situadas
em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Na Turquia, além do terremoto
de 1999, um tremor de magnitude 7,1 atingiu a província de Van e deixou mais de
600 mortos e em janeiro passado, outro de 6,7 deixou cerca de quarenta mortos
na província de Elazig (leste).
Na Grécia, o último terremoto catastrófico
ocorreu em julho de 2017 - na ilha de Kos, perto de Samos, no arquipélago do
Dodecaneso - e deixou dois mortos.
AFP / R7
Correio do Povo