segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Juiz afirma: facções aproveitam o abandono do Estado para assumirem os presídios


Em um momento que o país vivencia situações graves com relação ao sistema carcerário, está mais do que no momento de se discutir a implantação de propostas viáveis e sustentáveis que ofereçam trabalho legalizado aos presos que superlotam as cadeias. O abandono do Estado e o comando das facções transformaram as prisões em verdadeiras escolas do crime e são promotoras da violência que atormenta a população.

A simples liberação de um detento para o regime aberto ou semiaberto com uma carta de emprego, não se mostra eficaz. Todos os dias se noticia uma ocorrência policial, onde o preso que “em tese” deveria estar trabalhando, cometeu outro crime no período em que está solto nas ruas.

Há poucos, mas significativos exemplos de que um Presídio bem administrado pelo Estado, ou iniciativa privada, com estrutura adequada, é propício para a ressocialização. Aqui no Rio Grande do Sul o exemplo é o Presídio de Canoas (PECAN 1), tido como modelo.

Durante entrevista na Uirapuru, o juiz titular da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Paulo Irion, responsável pelo mutirão carcerário que está ocorrendo em Passo Fundo, fez um comparativo entre os presídios de Canoas e o Central, em Porto Alegre.

Segundo informou, no Presídio de PECAN 1, com capacidade para 394 presos de primeira condenação, que são considerados “puros” por não pertencerem a facções ou grupos criminosos, o índice de reincidência é de 8,31%, enquanto no Presídio Central, é de 70%.

Além disso, em Canoas, 46,6% estão no trabalho e outros 19,3% estudam. No Central, 14,97% trabalham e apenas 4,23% estudam. Dr Irion cita que essa é a diferença de quando o preso entra e recebe oportunidades em uma unidade que o Estado não abdicou da sua obrigação de ter o controle.


Fonte: Rádio Uirapuru | Passo Fundo

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