quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Nos pênaltis, Grêmio é eliminado da Copa do Brasil pelo Cruzeiro

Tricolor converteu apenas duas das cinco cobranças e viu sonho do hexa adiado

Grêmio foi eliminado pelo Cruzeiro na Copa do Brasil | Foto: Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação / CP
   Grêmio foi eliminado pelo Cruzeiro na Copa do Brasil | Foto: Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação / CP

O Grêmio chegou perto, mas não conseguiu a classificação para a sua nona final de Copa do Brasil. Nesta quarta-feira, o Tricolor foi derrotado pelo Cruzeiro no tempo normal (1 a 0). O resultado levou a decisão para os pênaltis. E num Mineirã o lotado o Tricolor viu a torcida mineira sair comemorando. O time acertou apenas duas cobranças da série de cinco e acabou eliminado da competição. Marcelo Grohe ainda defendeu duas cobranças, mas não conseguiu evitar a desclassificação. Resta agora ao clube gaúcho secar os mineiros na decisão contra o Flamengo para seguir como único pentacampeão do torneio.

Até então com 100% de aproveitamento na Copa do Brasil, o Grêmio não conseguiu repetir as boas atuações anteriores nesta noite no Mineirão. Hudson fez o gol que garantiu a vitória por 1 a 0 dos mineiros. 

Nos pênaltis, o Tricolor repetiu os erros da temporada e converteu apenas duas cobranças, com Fernandinho e Arthur. Edílson e Everton pararam na trave enquanto Luan teve seu chute defendido por Fábio. Marcelo Grohe até conseguiu defender as cobranças de Murilo e Robinho, mas Rafael Sobis, Raniel e Thiago Neves converteram e garantiram o clube mineiro na final. 

Eliminado da Copa do Brasil, o Grêmio agora volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro, onde tentará reduzir a distância de 10 pontos para o Corinthians, que venceu a Chapecoense nesta quarta-feira. O Tricolor volta a campo pela competição no próximo dia 2, quando encara o Sport na Arena pela 22ª rodada.

Grêmio controla o Cruzeiro no primeiro tempo

O técnico Renato Portaluppi abriu mão de surpresas e mandou a campo a equipe esperada com Bressan como substituto do lesionado Geromel e Arthur formando com Michel a dupla de volantes. No Cruzeiro, Mano Menezes optou por um time mais móvel e sacou Rafael Sobis para a entrada de Elber. O time mineiro ainda teve mais duas alterações em relação ao jogo de Porto Alegre: Hudson e Ezequiel nos lugares de Lucas Silva e Lucas Romero.

Com a nova formação, Mano Menezes apostou em ter dois homens rápidos, Alisson e Elber, abertos em cima dos laterais do Grêmio e deixou Thiago Neves como um falso nove. A estratégia até funcionou bem ao longo do primeiro tempo. Edílson e Cortez pouco apareceram no ataque.

Já o Grêmio tentou impôr seu estilo de toque de bola para desacelerar o jogo e evitar a pressão do rival. A vantagem obtida em Porto Alegre quase foi aumentada logo no começo da partida. Aos 4 minutos, Luan encontrou Lucas Barrios em um belo passe. O centroavante avançou livre, mas acabou chutando em cima de Fábio, que fez a defesa para manter o placar zerado. O lance, porém, acabou sendo o único de perigo do Tricolor na primeira etapa.

Sem encontrar espaços no miolo da defesa do Grêmio, o Cruzeiro foi apostando nos chutes de fora da área. Foram três apenas nos primeiros 13 minutos. No melhor deles, aos 11, a bola sobrou para Thiago Neves após erro de Ramiro. O camisa 30 acertou uma bola com efeito, que ainda desviou em Kannemann e passou raspando o ângulo direito de Marcelo Grohe.

O Cruzeiro conseguiu sua primeira finalização de dentro da área apenas aos 31 minutos. Robinho cruzou da intermediária uma bola frontal, a defesa do Grêmio saiu para deixar Elber em impedimento, mas Alisson apareceu livre. Ele cabeceou sozinho, mas sem força para defesa de Marcelo Grohe.

Já com o cronômetro chegando aos 40 minutos, a torcida do Grêmio levou um susto. Cortez derrubou Elber na entrada da área. Thiago Neves bateu a bola por baixo e Grohe pulou no canto direito para levar o 0 a 0 para o intervalo.

Cruzeiro muda e abre o placar

O Grêmio voltou com o mesmo time para o segundo tempo. No Cruzeiro, Mano Menezes sacou Elber e mandou o garoto Raniel a campo. A alteração mexeu também no posicionamento da equipe mineira. Raniel entrou como homem mais avançado do ataque, o que gerou o recuo de Thiago Neves.
A mudança deu certo para o Cruzeiro. Com o recuo, Thiago Neves passou a encontrar espaço nas costas dos volantes do Grêmio. Dali, aos 4, ele arriscou um chute que desviou na zaga antes de se perder pela linha de fundo. No escanteio, a bola não foi cortada e Grohe acabou fazendo a defesa.

O Cruzeiro chegou ao seu gol aos 7 minutos. Em novo escanteio pelo lado direito, Thiago Neves bateu e encontrou Hudson completamente sozinho. O volante deu uma cabeçada firme, sem chances para Marcelo Grohe, e abriu o placar no Mineirão, 1 a 0.

Renato e Mano mexem nos times, mas o jogo vai para os pênaltis

O gol do Cruzeiro levou o técnico Renato Portaluppi a mexer no Grêmio. Acreditando nos espaços que o time mineiro poderia dar na busca pelo segundo gol, o treinador sacou Lucas Barrios e botou Everton.

A mudança, porém não surtiu efeito. Everton até teve uma oportunidade para finalizar aos 14 minutos após receber passe de Pedro Rocha, mas demorou e acabou desarmado. O jogo, porém, seguia com o controle do Cruzeiro, que quase chegou ao segundo gol aos 17 em novo escanteio batido por Thiago Neves. Dessa vez, o camisa 30 encontrou Raniel, que tentou de voleio e mandou por cima do gol de Marcelo Grohe.

Ainda sem conseguir produzir ofensivamente, o Grêmio conseguiu segurar a ímpeto do Cruzeiro a partir da metade do segundo tempo. Vendo isso, o técnico Mano Menezes mexeu novamente. De Arrascaeta entrou no lugar de Alisson aos 28 minutos. E o uruguaio quase mostrou estrela três minutos após sua entrada. Aos 31, ele pegou a sobra do escanteio e bateu cruzado uma bola que passou raspando à trave esquerda de Grohe. Thiago Neves ainda tentou o desvio, mas chegou atrasado. Aos 38, Renato sacou Ramiro para a entrada de Fernandinho.

O Grêmio ainda perdeu Bressan aos 40 minutos. O zagueiro, cujo a escalação gerava dúvidas na torcida, teve uma atuação segura, mas sentiu lesão muscular e teve de sair. Bruno Rodrigo foi chamado para o seu lugar. No mesmo momento, Mano Menezes mandou Sobis a campo no lugar de
Hudson.

E Bruno Rodrigo foi mal em seu primeiro lance. Ele permitiu o giro de Arrascaeta e acabou derrubando o uruguaio na entrada da área. A falta perigosa, porém, não foi aproveitada por Thiago Neves, que acertou a barreira na cobrança.

O Grêmio também teve uma falta para decidir o jogo. Já nos acréscimos, Pedro Rocha foi derrubado ao lado da área. O lance até poderia ser um cruzamento, mas Luan optou por bater direito e Fábio fez a defesa no que foi a última chance de perigo com bola rolando. A decisão da vaga na final da Copa do Brasil seria mesmo nos pênaltis.

Grohe defende dois, mas não é suficiente para evitar eliminação

Fernandinho abriu as cobranças para o Grêmio marcando o gol. O Cruzeiro igualou com Rafael Sobis. Então começaram os erros. Edílson e Everton pararam na trave enquanto Marcelo Grohe defendeu os chutes de Robinho e Murilo e manteve o 1 a 1. Depois, Arthur colocou o Tricolor em vantagem, mas Raniel igualou.

A decisão ficou para os últimos batedores. Os dois treinadores apostaram em seus craques, mas o do Grêmio falhou. Luan bateu fraco e Fábio fez a defesa. Thiago Neves não perdoou, bateu sem chances para Grohe e colocou o Cruzeiro na final da Copa do Brasil.

Copa do Brasil – Semifinal

Cruzeiro - 1 (3)

Fábio; Ezequiel, Léo, Murilo e Diogo Barbosa; Henrique, Hudson, Robinho, Thiago Neves, Alisson (De Arrascaeta) e Elber (Raniel). Técnico: Mano Menezes.

Grêmio - 0 (2)

Marcelo Grohe; Edílson, Bressan (Bruno Rodrigo), Kannemann e Cortez; Michel, Arthur, Ramiro, Luan e Pedro Rocha; Lucas Barrios (Everton). Técnico: Renato Portaluppi.

Gols: Hudson (6min/2ºT)

Gols nos pênaltis: Sobis, Raniel e Thiago Neves (CRU); Fernandinho e Arthur (GRE)

Cartões amarelos: Diogo Barbosa, Thiago Neves, Hudson (CRU); Lucas Barrios, Cortez, Edílson, Kannemann (GRE)

Arbitragem: Wagner Magalhães (RJ), auxiliado por Rodrigo Henrique Corrêa (RJ) e Thiago Henrique Neto Farinha (RJ).

Local: Mineirão.


Cristiano Munari
Correio do Povo

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