Velório de Carlos Araújo ocorre no salão Júlio
de Castilhos da Assembleia Legislativa | Foto: Alina Souza
Atualização: 16:59
O corpo
do ex-deputado Carlos Franklin Paixão de Araújo, que morreu na madrugada deste
sábado, no Complexo da Santa Casa, em Porto Alegre, está sendo velado na
Assembleia Legislativa. A cerimônia é aberto ao público e será encerrada às
21h, quando ocorrerá a cremação, em evento privado para a família.
Familiares,
amigos, lideranças políticas e admiradores já estão no salão Júlio de Castilhos
da Assembleia Legislativa para prestar as últimas homenagens ao ex-deputado
pedetista. Desde o início do velório uma fila de pessoas se formou para prestar
condolências a ex-presidente, que ainda não se manifestou publicamente sobre a
perda.
O
ex-governador Alceu Collares, o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, os
deputados federais Pepe Vargas e Marco Maia (ambos PT), os estaduais
Tarcísio Zimmermann e Adão Villaverde (PT) e Pedro Ruas (Psol) e o
ex-secretário da Educação, Vieira da Cunha estão entre as lideranças políticas
que já se encontram na Assembleia.
O
político foi internado no último dia 25 de julho com quadro de cirrose
medicamentosa. Apresentou infecção generalizada nesta madrugada e não resistiu.
Carlos Araújo era ex-marido da presidente Dilma Rousseff.
Durante o
tratamento, Dilma realizou visitas ao ex-marido. A ex-presidente participava de
um evento na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) quando ficou sabendo do ocorrido e imediatamente retornou para Porto
Alegre.
Carlos
Araújo era político histórico do PDT, partido do qual se afastou no ano de
2000, junto com Dilma e outros correligionários. Ele retornou à sigla em 2013,
partido que ajudou a fundar com o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio
de Janeiro, Leonel Brizola.
Ex-guerrilheiro,
Araújo é reconhecido como um defensor das ideias de esquerda e do trabalhismo.
Durante a gestão de Dilma Rousseff na presidência e mesmo após o impeachment,
foi uma das pessoas mais próximas da petista.
Confira o
comunicado médico sobre a morte de Carlos Araújo:
"Com
imenso pesar comunicamos o falecimento do Dr. Carlos Flanklin Paixão Araujo. O
mesmo ocorreu ao primeiro minuto de hoje, 12 de agosto de 2017, na unidade de
tratamento intensivo do Pavilhão Pereira Filho, hospital especializado em
doenças respiratórias da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Aos 79
anos, era portador de doença pulmonar obstrutiva crônica, complicada por quadro
de miocardiopatia dilatada isquêmica.
Internou
para manejo de descompensação das condições referidas. Apresentou infecção de
vias aéreas inferiores, com necessidade de admissão à unidade de terapia
intensiva, uso de ventilação mecânica por insuficiência respiratória. Evoluiu
com infecção generalizada, determinando colapso circulatório e, finalmente,
refratariedade às medidas, com óbito. Expressamos nossos sentimentos à família
e amigos do ilustre advogado e político, perda inestimável e motivo de
sofrimento para todos que o conheciam".
História
Nomeado
em homenagem aos comunistas históricos Karl Marx e Luiz Carlos Prestes, Carlos
Araújo nasceu em 1938, em São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. Em
contato desde a adolescência com a militância comunista, chegou a participar,
em 1958, do Festival Internacional da Juventude, em Moscou, na União Soviética.
Lá, se desiludiu com a esquerda após ler sobre as denúncias de Nikita Kruschev
sobre os crimes de Joseph Stalin.
Com o
golpe de 1964 e a instauração da ditadura militar, passou para a luta armada
com o codinome Max. Foi neste período que conheceu Dilma, mais conhecia como Estela.
Ambos foram presos e torturados pelas forças militares. Após a
redemocratização, voltou a Porto Alegre e se filiou ao Partido Democrático
Trabalhista (PDT), de Leonel Brizola, quem já conhecia desde a década de 1960.
Pela legenda, foi eleito para três
mandatos de deputado federal entre as décadas de 1980 e 1990. Em 1988 e 1992,
se candidatou à prefeitura de Porto Alegre, mas foi derrotado pelos petistas
Olívio Dutra e Tarso Genro, respectivamente. Após se afastar do partido em
2000, se reaproximou em 2012, mas permaneceu apenas como conselheiro de alguns
nomes.
Fonte:
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário