quinta-feira, 15 de junho de 2017

Não sei porque fui preso e nem porque fui solto, diz deputado detido em desocupação

Jeferson Fernandes afirmou que tentou mediar situação entre movimento Lanceiros Negros e policiais

Eu não sei porque fui preso e nem porque fui solto, diz deputado  | Foto: Reprodução / Twitter / CP
   Eu não sei porque fui preso e nem porque fui solto, diz deputado | Foto: Reprodução / Twitter / CP

O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado Jeferson Fernandes (PT) afirmou nesta quinta desconhecer os motivos que levaram a sua prisão durante a ação policial na reintegração de posse do prédio ocupado pelo movimento Lanceiros Negros na noite dessa quarta-feira, no Centro de Porto Alegre. "Eu não sei porque fui preso e porque fui solto", afirmou durante entrevista à Rádio Guaíba. "Me derrubaram, me arrastaram no meio da tropa, torceram meu braço e me mandavam calar a boca o tempo todo. Depois que se está algemado, não tem porque esfregar a cara dos outros no chão e levar cassetete como levei", recordou.

"Eles (policiais) transitaram comigo no Centro, jogando a viatura de um lado e para o outro fazendo manobras perigosas para que eu sentisse medo. Logo depois estacionaram no Piratini por uns 20 minutos. E imagino que pela repercussão que deu, eles se deslocaram até em frente do Theatro São Pedro e nos soltaram", disse Fernandes, que relatou que estava com mais duas mulheres dentro da viatura do Batalhão de Operações Especiais (BOE).

Durante a desocupação, o deputado disse que foi até o local para mediar situação entre os moradores do prédio e os policiais. "Não tinha comando a tropa. Ninguém veio falar comigo. Eu representava a Assembleia Legislativa. Não estava passeando, estava ali pra evitar o que aconteceu. Uma violação de direitos", afirmou. "Qualquer cidadão devia ser respeitado", acrescentou.

Fernandes pretende se reunir com outros deputados da Assembleia Legislativa e estudar medidas para que situações violentas como as que ocorreram na noite dessa quarta não se repitam. "O principal é que as pessoas não apanhem como se fossem bandidos. Eu quero que o papel do parlamentar seja respeitado em situações como estas. Também temos o papel de mediação de conflito. Aquilo foi desrespeitado e temos que cobrar a conduta", concluiu.


Fonte: Correio do Povo e Rádio Guaíba

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