terça-feira, 11 de abril de 2017

PDT aprova saída do governo Sartori

Votação foi antecedida de fortes discursos contra o governo

PDT aprovou saída do governo Sartori | Foto: Alina Souza
   PDT aprovou saída do governo Sartori | Foto: Alina Souza

O PDT gaúcho confirmou nesta segunda-feira a saída da base aliada do governo José Ivo Sartori (PMDB). Durante encontro na sede do partido, em Porto Alegre, apenas sete dos cerca de 300 integrantes presentes no diretório estadual defenderam a permanência. A votação foi antecedida de fortes discursos contra o governo. “Não basta sair do governo, temos que votar contra, falar contra os erros desse governo. Todos precisam deixar os cargos no Executivo e passar a militar pelo PDT”, afirmou a deputada Juliana Brizola.

A decisão foi reafirmada na semana passada, durante jantar de parte da bancada com Sartori, e ocorre em meio ao encaminhamento da votação do restante dos projetos do pacote do Executivo na Assembleia, onde a legenda tem sete cadeiras.

“Chegamos a este momento simbólico com muita indignação, por termos ficado ao lado de um governo, eleito apenas com uma musiquinha, que dizia que o governador iria abraçar o Rio Grande. Porém, esse governo abraçou apenas os desejos do capital, abandonando seus servidores e sucateando os serviços públicos do Estado”, criticou  a deputada Juliana Brizola.

Para ela, o distanciamento de Sartori permitirá, não apenas o lançamento dos projetos pedetistas para as próximas eleições, como também deverá ser marcado pela renovação da política trabalhista no Brasil. “Não basta sair do governo, temos que votar contra, falar contra os erros desse governo. Todos precisam deixar os cargos no Executivo e passar a militar pelo PDT”, projetou.

Há estimativa de que o partido ocupe entre 200 e 300 cargos na administração. A decisão foi comemorada aos gritos de “fora Sartori”, diante da presença do presidente nacional Carlos Lupi.

Relações conturbadas

Nas discussões internas que o PDT faz para encaminhar a candidatura ao Piratini em 2018, os movimentos adotados em 2010, 2014 e 2016 a partir de pressões de alas partidárias vem sendo questionados. Em 2010, após integrar e deixar o governo Yeda Crusius (PSDB), a legenda disputou o governo como vice do PMDB. Mas, tão logo o adversário Tarso Genro (PT) venceu, aderiu ao vitorioso.

No final de 2013, após Tarso oferecer a vaga de vice e “metade do espaço” em um eventual segundo mandato, o PDT cedeu aos argumentos do deputado Vieira da Cunha e de Lasier Martins, que exigiu rompimento com os petistas. Vieira ficou em quarto lugar na eleição ao Piratini. Lasier venceu o Senado, mas acabou trocando o PDT pelo PSD. Em 2016, Vieira deixou a Secretaria Estadual da Educação sob o pretexto de disputar a prefeitura da Capital, mas não concorreu.


Luiz Sérgio Dibe
Correio do Povo

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