terça-feira, 11 de abril de 2017

Crissiumal: HCC, Executivo e Legislativo unidos contra a regionalização de partos

Reunião aconteceu na noite desta segunda-feira


Uma proposta de cerca de 10 anos, Portaria do Governo Federal, tem preocupado as lideranças de Crissiumal, especialmente no âmbito da saúde. Uma reunião foi realizada no início da noite desta segunda-feira (10) na Câmara Municipal de Vereadores para debater os transtornos causados pela regionalização dos partos, que poderá entrar em vigor em breve.

O assunto deverá ganhar um grande debate e uma grande mobilização nos próximos dias.

Na reunião, aberta pelo presidente do Legislativo Paulo Moacir Haas, participaram o prefeito Roberto Bergmann, a secretária de saúde Suelen Cocco, vereadores, o presidente do HCC Carlos Willi Grun e o administrador Rafael Brackmann.

Carlos Willy Grun destacou a preocupação com a situação, que pode levar a não haver mais o nascimento de nenês pelo Sistema Único de Saúde no HCC.

Rafael Brackmann explicou um pouco das exigências da Portaria do Governo Federal para a realização de partos pelo SUS em hospitais, que precisam ter 365 partos ao ano e uma equipe médica mínima de 8 médicos, entre eles,  obstetras e pediatras. Nos hospitais que não atenderem essa estrutura, as gestantes serão encaminhadas aos hospitais de referência. O hospital de Crissiumal atende cerca de 100 partos por ano. Segundo Brackmann a mudança já esteve em discussão no passado, porém a ideia foi barrada por não haverem hospitais de referência para atender a demanda. Agora, a medida voltou com mais força, com apoio total do Secretário de Saúde do Estado e 17ª CRS. “Entendemos que esta é uma decisão que cabe a população, nossa situação é muito peculiar, temos localidades há mais de 20 quilômetros da sede do município, imagina ainda ter que se deslocar para outra cidade”, finalizou Brackmann.

A secretária de Saúde Suelen Cocco destacou que hoje os hospitais maiores de referência tem tido dificuldades no atendimento das gestantes de risco, e não terão estrutura para receber todos os partos da região. “É uma medida muito drástica, destacou Suelen”. A secretária também lembrou que o convênio entre Município e HCC pode salvar os atendimentos das gestantes crissiumalenses, evitando que se desloquem para outras cidades se a portaria entrar em prática, embora que se o hospital não cumprir as “impossíveis” determinações da Portaria, também não receberá os recursos os programa, como acontece atualmente.

O prefeito Roberto Bergmann, que já se manifestou contrário à medida em Ofício enviado a 17ª CRS relatou que cada vez mais a União e o Estado vem empurrando problemas para os municípios. O prefeito que também é presidente da AMUCELEIRO levará o assunto para debate dos demais prefeitos em uma reunião na quarta-feira, onde iniciará uma mobilização em torno do assunto. “Sabemos que é uma briga difícil, por ser só dos pequenos, mas vamos enfrentar isso juntos”.

Depois da mobilização na AMUCELEIRO, vereadores e dirigentes do hospital buscarão o apoio de Sindicatos e da população em geral para tentar evitar a entrada em vigor da Portaria, mantendo os serviços de partos no hospital de Crissiumal.



Fonte / Foto: Guia Crissiumal
Postado: Clécio Marcos Bender Ruver

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