Reunião aconteceu na noite desta segunda-feira
Uma
proposta de cerca de 10 anos, Portaria do Governo Federal, tem preocupado as
lideranças de Crissiumal, especialmente no âmbito da saúde. Uma reunião foi
realizada no início da noite desta segunda-feira (10) na Câmara Municipal de
Vereadores para debater os transtornos causados pela regionalização dos partos,
que poderá entrar em vigor em breve.
O assunto
deverá ganhar um grande debate e uma grande mobilização nos próximos dias.
Na
reunião, aberta pelo presidente do Legislativo Paulo Moacir Haas, participaram
o prefeito Roberto Bergmann, a secretária de saúde Suelen Cocco, vereadores, o
presidente do HCC Carlos Willi Grun e o administrador Rafael Brackmann.
Carlos
Willy Grun destacou a preocupação com a situação, que pode levar a não haver
mais o nascimento de nenês pelo Sistema Único de Saúde no HCC.
Rafael
Brackmann explicou um pouco das exigências da Portaria do Governo Federal para
a realização de partos pelo SUS em hospitais, que precisam ter 365 partos ao
ano e uma equipe médica mínima de 8 médicos, entre eles, obstetras e
pediatras. Nos hospitais que não atenderem essa estrutura, as gestantes serão
encaminhadas aos hospitais de referência. O hospital de Crissiumal atende cerca
de 100 partos por ano. Segundo Brackmann a mudança já esteve em discussão no
passado, porém a ideia foi barrada por não haverem hospitais de referência para
atender a demanda. Agora, a medida voltou com mais força, com apoio total do
Secretário de Saúde do Estado e 17ª CRS. “Entendemos que esta é uma decisão que
cabe a população, nossa situação é muito peculiar, temos localidades há mais de
20 quilômetros da sede do município, imagina ainda ter que se deslocar para
outra cidade”, finalizou Brackmann.
A secretária
de Saúde Suelen Cocco destacou que hoje os hospitais maiores de referência tem
tido dificuldades no atendimento das gestantes de risco, e não terão estrutura
para receber todos os partos da região. “É uma medida muito drástica, destacou
Suelen”. A secretária também lembrou que o convênio entre Município e HCC pode
salvar os atendimentos das gestantes crissiumalenses, evitando que se desloquem
para outras cidades se a portaria entrar em prática, embora que se o hospital
não cumprir as “impossíveis” determinações da Portaria, também não receberá os
recursos os programa, como acontece atualmente.
O
prefeito Roberto Bergmann, que já se manifestou contrário à medida em Ofício
enviado a 17ª CRS relatou que cada vez mais a União e o Estado vem empurrando problemas
para os municípios. O prefeito que também é presidente da AMUCELEIRO levará o
assunto para debate dos demais prefeitos em uma reunião na quarta-feira, onde
iniciará uma mobilização em torno do assunto. “Sabemos que é uma briga difícil,
por ser só dos pequenos, mas vamos enfrentar isso juntos”.
Depois da
mobilização na AMUCELEIRO, vereadores e dirigentes do hospital buscarão o apoio
de Sindicatos e da população em geral para tentar evitar a entrada em vigor da
Portaria, mantendo os serviços de partos no hospital de Crissiumal.
Fonte / Foto: Guia Crissiumal
Postado: Clécio Marcos
Bender Ruver
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