segunda-feira, 10 de abril de 2017

EUA alertam Síria sobre mais represálias por novos ataques químicos

Pentágono suspeita que ainda haja armas químicas em base aérea no país

Pentágono suspeita que ainda haja armas químicas em base aérea no país | Foto: Sameer Al-Doumy / AFP / CP
   Pentágono suspeita que ainda haja armas químicas em base aérea no país
   Foto: Sameer Al-Doumy / AFP / CP

A Casa Branca advertiu nesta segunda-feira à Síria que o Exército americano poderá voltar a agir em represália caso sejam registrados mais ataques com armas químicas ou bombas de barril. "Se jogarem gás em um bebê ou lançarem uma bomba de barril contra gente inocente, haverá uma resposta deste presidente", garante porta-voz de Donald Trump, Sean Spicer, em uma mensagem direta ao governante sírio, Bashar al Assad.

O presidente americano ordenou na semana passada um bombardeio com mísseis contra uma base aérea do regime sírio, alegando que ela foi usada para executar um suposto ataque químico com gás sarin no reduto rebelde de Khan Sheikhun que deixou quase uma centena de mortos.

Essa é a primeira vez que a Casa Branca faz referência às bombas de barril, um tipo de artefato explosivo que não tem direção e que por isso costuma provocar um grande número de vítimas. Assad nega que seu Exército use este tipo de arma.

O governo americano voltou a insistir na necessidade de que o presidente sírio renuncie para que o país supere a guerra civil que começou em 2011. "Não se pode imaginar uma Síria estável e pacífica com Assad no poder", ressaltou Spicer.

Armas escondidas

"O governo sírio provavelmente tem reservas de armas químicas na base aérea que os Estados Unidos bombardearam na semana passada, mas este arsenal ficou deliberadamente intacto no ataque", disse nesta segunda-feira um funcionário do Pentágono.

Especialistas de Inteligência dos Estados Unidos avaliam se o Exército do presidente sírio, Bashar al Assad, esconde essas armas em depósitos de munições na base aérea de Shayrat, perto de Homs (centro), disse o coronel John Thomas, porta-voz do Comando Central americano.

"Suspeitamos que há uma significativa probabilidade de que haja mais armas químicas que poderiam estar prontas para serem lançadas [...], motivo pelo qual não bombardeamos" essas instalações, disse Thomas à imprensa. O Pentágono não quis disparar contra essas reservas químicas para não se arriscar a gerar uma nuvem de gás tóxico sobre algumas regiões da Síria.

Os Estados Unidos estão convencidos de que Al Assad está armazenando armas químicas, mas os analistas de inteligência não sabem com certeza do que se trata. Al Assad deveria ter dado fim ao arsenal químico da Síria, em cumprimento a um acordo de 2013, e enviá-las à Rússia.


AFP
Correio do Povo

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