Obstetras de Itaqui teriam faturado mais de R$
1,6 milhão
Obstetras de Itaqui teriam faturado mais de R$
1,6 milhão | Foto: Polícia Federal / Divulgação / CP
A Polícia
Federal (PF) deflagrou na manhã desta segunda-feira em Itaqui, na Fronteira
Oeste do Estado, a operação Falso Juramento, que investiga a cobrança indevida
de partos integralmente cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dois
médicos foram presos e encaminhados à Penitenciária Modulada de Uruguaiana.
Eles podem responder por crimes de corrupção, estelionato e realização de
esterilização cirúrgica ilegal. Também foram indiciados uma funcionária de um
dos médicos e um anestesista.
A
investigação identificou dezenas de mulheres que relataram cobrança pela
realização de cesárea pelos dois médicos obstetras e um anestesista no Hospital
São Patrício, que teria apresentado documentos apontando que o procedimento foi
custeado pelo SUS. O que acontecia é que as pacientes, com receito de entrar em
trabalho de parto, teriam solicitado o procedimento diretamente aos médicos,
que concederiam apenas mediante pagamentos entre R$ 400 e R$ 1,8 mil. Os
valores seriam integralmente embolsados pelos profissionais e a internação era
realizada pelo SUS.
As
mulheres que não tinham o dinheiro ficariam aguardando o nascimento natural.
Algumas chegaram a relatar que estariam em trabalho de parto há vários dias,
mas os médicos teriam negado a cesárea se não houvesse o pagamento. Ainda
teriam sido identificados casos de sequelas em bebês por terem passado da data
do parto e até mesmo o óbito de um recém-nascido.
Conforme
a polícia, há provas de que os dois médicos faziam cobrança indevida há pelo
menos 13 anos, o que pode ter rendido mais de R$ 1,6 milhão. Também seriam
cobrados outros procedimentos cobertos pelo SUS, como cauterização, aplicação
de injeção e cirurgias.
Fonte:
Correio do Povo
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