sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Gestor de lotérica em Torres é condenado por desvio de R$ 300 mil

Valores deixaram de ser repassados à Caixa Econômica Federal

O gestor de uma lotérica de Torres, no litoral Norte, foi condenado pela Justiça por desvio de cerca de R$ 300 mil, não repassados à Caixa Econômica Federal. Ele foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão, em regime semiaberto, e ao pagamento de multa. A decisão é da 1ª Vara Federal de Capão da Canoa. O nome dele não foi informado.

O valor que deixou de ser repassado à Caixa é referente ao pagamento de tributos e de contas de clientes, venda de jogos da Loteria Federal e serviços do Caixa Aqui. A ação foi ajuizada pelo Ministério Público em 2014.

Conforme o MP, a Caixa constatou, exatamente, a pendência de R$ 298.316,99. O réu, na condição de administrador da lotérica, equipara-se judicialmente a funcionário público. Ele detinha a posse dos valores arrecadados, mas não efetuou o repasse à Caixa, que acabou cobrindo parte do montante e arcando com o prejuízo.

A defesa do réu alegou que houve falha no sistema e uma confusão administrativa. O advogado citou, também, um assalto foi supostamente roubado o valor de R$ 14 mil – o fato, no entanto, ocorreu mais de dois anos depois da auditoria do Ministério Público.

O juiz federal Oscar Valente Cardoso entendeu que o gestor podia movimentar as duas contas – a da agência e a dos depósitos bancários -, desde que fazendo a compensação ao fim do dia. Em relação ao assalto, o juiz afirmou que o valor roubado não causou prejuízo de R$ 300 mil à lotérica, a não ser que “a correção monetária tivesse sido feita sob juros astronômicos e impraticáveis pelos bancos brasileiros”. Sobre as possíveis falhas no sistema, o juiz disse, na decisão, que não houve constatação de erros no computador central.

Cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).


Fonte: Bibiana Dihl | Rádio Guaíba

Nenhum comentário:

Postar um comentário