segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

ExpoAgro Cotricampo debateu preocupações do setor sobre a safra de trigo



7 mil pessoas visitaram a ExpoAgro Cotricampo, promovida quinta e sexta-feira, em Campo Novo, na área experimental da cooperativa. Pela primeira vez organizada com o caráter de feira, o evento reuniu 103 expositores das áreas de insumos, máquinas agrícolas e agricultura familiar.

A coordenação da feira, embora ainda não tenha os números encerrados, acredita que o maior volume de vendas foi no setor de máquinas e implementos, seguido pelas sementes e defensivos agrícolas.

Um dos principais temas que norteou os debates durante a ExpoAgro Cotricampo foi a questão do trigo. A baixa cotação do produto no Rio Grande do Sul, com a saca chegando a valer dez reais a menos do que o preço mínimo estabelecido pelo governo, preocupa produtores e entidades do setor agropecuário, pois ainda falta vender metade da safra. Alguns agricultores receberam R$ 27,00 pela saca do cereal, contra um preço mínimo de R$ 38,65.

As baixas cotações vão desestimular os produtores para a próxima safra, levando o presidente da comissão de trigo da, Hamilton Jardim, a projetar uma redução de área para os cultivos, que têm início em maio.

Esta semana, produtores, cerealistas, bancos e lideranças do setor vão conversar sobre o assunto. O secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, que esteve participando da ExpoAgro Cotricampo, afirma que é preciso buscar um caminho alternativo. Segundo ele, mesmo a realização de leilões pelo governo federal não está sendo suficiente para dar liquidez à comercialização.

Na região Celeiro, considerada um polo na produção de trigo, produtores estão conseguindo preços mais atrativos nos moinhos. A justificativa para isso está na qualidade e também na industrialização do cereal.

A Cotricampo, por exemplo, segrega o trigo e o transforma em grande variedade de produtos. A estratégia permite remunerar melhor os mais de 9 mil associados. De acordo com o presidente da cooperativa, Gelson Bridi, isso permitiu, por exemplo, pagar pelo trigo pão até 11% a mais que a média do Estado. O presidente da Cotricampo fez um apelo ao governo para que sejam reforçadas as compras diretas, de forma a dar mais rentabilidade aos produtores.


Rádio Alto Uruguai e Canal Rural

Nenhum comentário:

Postar um comentário